Distribuição Geográfica de Táxons da Família Myrtaceae de Ocorrência no Cerrado e Eugenia klotzschiana O.Berg

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2023v12i1.p199-209

Palavras-chave:

Myrtaceae, cerrado, distribuição geográfica

Resumo

A família Myrtaceae é amplamente distribuída nos neotrópicos e apresenta expressiva abundância de espécies no Cerrado. Objetivo: Neste estudo, analisar a distribuição geográfica com base nos registros de ocorrência das espécies de Myrtaceae no Cerrado e de Eugenia klotzschiana O.Berg. Métodos: As coordenadas geográficas das espécies de ocorrência foram obtidas nas bases de dados: Reflora e SpeciesLink, que posteriormente foram inseridos no programa Diva-GIS 7.5.0. com os limites políticos, geográficos e ambientais plotados com a distribuição, os resultados foram exportados em arquivo no formato .shp e o layout final realizado no programa ArcGIS. Conclusão: Concluiu-se que a direção e sentido de distribuição e ocorrência se dão em direção a sudoeste e sul-sudoeste, com baixa distribuição potencial nas regiões Sul, Norte e Nordeste. Resultados: A zona de maior probabilidade de ocorrência se dá na mesorregião Sul de Goiás e na região Centro Norte de Mato Grosso do Sul. Centros de distribuição potencial das espécies de ocorrência no Cerrado do gênero Eugenia L. se relacionam com os de sua família botânica. Os polos de distribuição de Eugenia klotzschiana O.Berg estão muito próximos dos limites fitogeográficos de Mata Atlântica e uma tendência para o Sudeste. Conclusão: Houve uma expressiva atualização da distribuição dos táxons pesquisados da família Myrtaceae, uma vez que os dados de coletas de espécimes contendo coordenadas geográficos tem sido atualizado nos sistemas em virtude do avanço da Flora do Brasil, com o projeto de repatriação da flora brasileira. Todavia, identifica-se a necessidade de estudos de modelagem biogeográfica para ampliar a discussão dos resultados obtidos.

Biografia do Autor

João Maurício Fernandes Souza, Universidade Evangélica de Goiás - UniEVANGÉLICA

Engenheiro Agrícola pela Universidade Estadual de Goiás (2003-2008), Mestre em Engenharia Agrícola pela Universidade Estadual de Goiás (2010-2012), Doutorado em Agronomia pela Universidade Federal de Goiás (2013-2016). Tem experiência na área de Engenharia Agrícola, com ênfase em irrigação, agroclimatologia e geoprocessamento. É coordenador dos cursos de Agronomia e Ciências Biológicas do Centro Universitário de Anápolis ? UniEvangélica. Na graduação ministra as disciplinas de Hidráulica e Irrigação e Drenagem. Atualmente coordena pesquisas e presta consultoria na área de geoprocessamento aplicado ao manejo dos recursos hídricos. É docente do Programa de Pós Graduação em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente - STMA - UniEvangélica

Josana de Castro Peixoto, Universidade Federal de Goiás – UFG, Universidade Evangélica de Goiás – UniEVANGÉLICA, Universidade Estadual de Goiás – UEG

Possui graduação em Ciências Biológicas, modalidade bacharelado pela Universidade Federal de Goiás (2001) e licenciatura pela Universidade Estadual de Goiás (2000). Mestrado (2001), doutorado em Biologia (2010) e estágio pós-doutoral pela Universidade Federal de Goiás (2015) em parceria com o Programa en Biología y Ecología Aplicada na Universidade de La Serena, La Serena, Chile. Docente do quadro efetivo da Universidade Estadual de Goiás, campus sede central, Anápolis, GO e no Programa de Pós-graduação em Territórios e Expressões Culturais do Cerrado (TECCER). Ainda atua no Centro Universitário de Anápolis no curso de graduação em Ciências Biológicas no qual também exerce a função de diretora de curso e no Programa de Pós-Graduação (stricto sensu) em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente (PPGSTMA). Tem experiência na área de Plantas nativas do Cerrado e conservação e bioprospecção de produtos naturais onde participa de estudos morfoanatômicos, fitoquímicos, farmacológicos e toxicológicos de plantas e seus produtos naturais e, também atua na linha de Ciências Ambientais onde participa de pesquisas voltadas à Conservação e proteção à Natureza. Faz parte do grupo de pesquisa Biodiversidade e Meio Ambiente; coordena o projeto de pesquisa Dinâmica da sucessão vegetacional em área florestada de Cerrado goiano vinculado ao Projeto PROCAD/CAPES "Novas Fronteiras no Oeste: relação entre sociedade e natureza na microrregião de Ceres em Goiás (1940-2013)" Processo CAPES 2980/2014. Participa do Núcleo de Educação Ambiental do PPGSTMA desenvolvendo atividades de extensão comunitária.

Referências

De Aguiar JT, Higuchi P, da Silva AC. 2021. Climatic niche determines the geographic distribution of Myrtaceae species in brazilian subtropical Atlantic Forest. Rev. Árvore 45.
Balbinott N, Rodrigues NF, Guzman FL et al. 2022. Perspectives in Myrtaceae evolution from plastomes and nuclear phylogenies. Genetics and Molecular Biology 45(1).
Branco AFVC, Lima PVPS, de Medeiros Filho ES et al. 2021. Avaliação da perda da biodiversidade na Mata Atlântica. Ciência Florestal 31(4): 1885-1909, out.-dez.
Celaj O, Durán AG, Cennamo P et al. 2021. Phloroglucinols from Myrtaceae: Attractive targets for structural characterization, biological properties and synthetic procedures. Phytochemistry Reviews jun.
Colli GR, Vieira CR, Dianese JC 2020. Biodiversity and conservation of the Cerrado: Recent advances and old challenges. Biodiversity and Conservation, 29: 1465–1475.
Costa RA, Santos FdeO 2010. Expansão agrícola e vulnerabilidade natural do meio físico no Sul goiano. GeoAtos 10(2): jul.-dez.
Faria JP, Costa TSA, Junqueira NTV 2006. Capítulo 16: Pêra-do-Cerrado. In: Vieira RF, Costa T.daSA, da Silva DB, Ferreira FR, Sano SM. Frutas nativas da região Centro-oeste do Brasil. Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília-DF.
Fiaschi P, Pirani JR 2009. Review of plant biogeographic studies in Brazil. Journal of Systematics and Evolution, 47(5): 477-496.
Jo I, Bellingham PJ, McCarthy JK et al. 2021. Ecological importance of the Myrtaceae in New Zealand's natural forest. Journal of Vegetation Science 33(1).
De Lannoy LC, de Oliveira AI, Goldenberg R et al. 2021. Myrcia (Myrtaceae) in the state of Paraná, Brazil. Phytotaxa 486(1): fev.
Lima DF, Goldenberg R, Forest F et al. 2021. Phylogeny and biogeography of Myrcia sect. Aguava (Myrtaceae, Myrteae) based on phylogenomic and sanger data provide evidence for a Cerrado origin and geographically structured clades. Molecular Phylogenetics and Evolution 157: abr.
Lucrésia L, Stadnik A, Campos L, Roque N 2021. Myrtaceae floristic survey and vegetation distribution in a central portion of Chapada Diamantina, Brazil. Phytotaxa 498(2): abr.
Martinelli G.; Moraes MA (orgs.). Livro Vermelho da Flora. 1. ed., Rio de Janeiro, : Andrea Jakobsson: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2013
Martins F, Weber C, Neppel G et al. 2021. Mata Atlântica: Da formação original à fragmentação e o atual estado de conservação em Santa Catarina. Estrabão 2:188–191.
Medeiros JdeD 2011.Guia de campo: Vegetação do Cerrado 500 espécies. Brasília: MMA/SBF.
MMA. Portaria n. 443/2014. Disponível em: http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/ static/pdf/portaria_mma_443_2014.pdf. Acessado em: 06/03/2021, as 13:00h.
MMA. Resolução CONABIO n.08/2018. Disponível: https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/comissao-nacional-da biodiversidade/copy_of_lista_de species_ameacadas_flora.pdf. Acessado: 05/03/2022, as 01:07h.
Neves PDM, Mendonça MR 2020. Expansão do agronegócio canavieiro no Sul goiano e os efeitos na produção de alimento. Revista Franco-brasileira de Geografia 44
Oliveira EF, Bezerra DG, Santos ML et al. 2017. Leaf morphology and venation of Psidium species from the Brazilian Savanna. Revista Brasileira de Farmacognosia 27(4): jul.-ago.
Oliveira HR, Staggemeier VG, Faria JEQ et al. 2019.Geographical ecology and conservation of Eugenia L. (Myrtaceae) in the Brazilian Cerrado: Past, present and future. Austral Ecology 44: 95–104.
Paglia AP, de Rezende DT, Koch I, Kortz AR, Donatti C 2012. Modelos de distribuição de espécies em estratégias para a conservação da biodiversidade e para adaptação baseada em ecossistemas frente a mudanças climáticas. Natureza e Conservação 10(2): 231-234.
Proença C, Villarroel D, Lucas E, de Faria JEQ et al. 2013. Myrtaceae. In: Martinelli, G, Moraes MA (Orgs.). Livro Vermelho da Flora do Brasil. 1ed., Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Proença CEB, Amaro R, Filho LS, Novaes L 2014. Myrtaceae. In: Martinelli G, Messina T, Filho LS. Livro Vermelho da flora do Brasil: Plantas Raras do Cerrado. 1 ed., Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro: CNCFlora.
Proença CEB, Soares-Silva LH, Villarroel D. Flora do Mato Grosso do Sul: Myrtaceae. Iheringia, Série Botânica 73:277-282, 2018.
Rezende AV, Walter BMT, Fagg CW et al. 2008. Cerrado: Ecologia e Flora. Embrapa Cerrados: Brasília, 2:1279.
Ribeiro CL, Bicalho PsdosS, Castro JDB et al. 2021. Cerrado: De bolsão de biodiversidade a prisioneiro do desenvolvimento. In: Leal AC, de Césaro, SGF, Peixoto JC et al. Novas Fronteiras no Oeste: Relação entre Sociedade e Natureza na Microrregião de Ceres em Goiás (1940-2013), Goiânia, Editora Kelps, 1.
Rocha GF, Ferreira LG, Ferreira NC, Ferreira ME 2011. Dectecção de desmatamentos no bioma Cerrado entre 2002 e 2009: Padrões, tendências e impactos. Revista Brasileira de Cartografia 3(63).
Dos Santos CCM 2018. MATOPIBA: Uma nova fronteira agrícola ou um reordenamento geográfico do agronegócio e dos espaços produtivos de “Cerrados”? Cadernos do CEAS 245: 570-600 set./dez.,
Souza CRdaS, Monego ET, Santiago RdeAC 2020. Conhecimentos tradicionais quilombolas, uso e caracterização da biodiversidade do Cerrado goiano. Brazilian Journal of Development 6(6): 35586-35597 jun.
De Souza Neto JD, dos Santos EK, Lucas E et al. 2022. Advances and perspectives on the evolutionary history and diversification of Neotropical Myrteae (Myrtaceae). Botanical Journal of the Linnean Society 199(1): 173–195.
Stadnik A, de Oliveira MIL, Roque N 2016. Levantamento florístico de Myrtaceae no município de Jacobina, Chapada Diamantina, Estado da Bahia, Brasil. Hoehnea 43(1): jan-mar.
Thornhill AH, Ho SYW, Külheim C et al. 2015. Interpreting the modern distribution of Myrtaceae using a dated molecular phylogeny. Molecular Phylogenetics and Evolution 93: 29-43.
Tôrres NM, Vercillo UE 2012.Como ferramentas de modelagem de distribuição de espécies podem subsidiar ações de governo? Natureza e Conservação 10(2): 228-230.
Turvey ST, Crees JJ 2019. Extinction in the anthropocene. Current Biology 29: out.
Vasconcelos TNC, Proença CEB, Ahmad B, Aguilar DS et al. 2017. Myrteae phylogeny, calibration, biogeography and diversification patterns: Increased understanding in the most species rich tribe of Myrtaceae. Molecular Phylogenetics and Evolution 109: 113-137,
Venter O, Sanderson EW, Magrach A et al. 2016. Sixteen years of change in the global terrestrial human footprint and implications for biodiversity conservation. Nature Communications 23(7): ago.
Villarroel D, Proença CEB 2013. A new species and new records of Myrtaceae from the Noel Kempff Mercado National Park region of Bolivia. Kew Bulletin 68:261-267,
Weinzettel J, Vackár, D, Medková H 2018. Human footprint in biodiversity hotspots. Frontiers in Ecology and the Environment 16(8): out.

Downloads

Publicado

2023-04-28

Como Citar

RIBEIRO, Charles Lima; SOUZA, João Maurício Fernandes; PEIXOTO, Josana de Castro. Distribuição Geográfica de Táxons da Família Myrtaceae de Ocorrência no Cerrado e Eugenia klotzschiana O.Berg. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science, [S. l.], v. 12, n. 1, p. 199–209, 2023. DOI: 10.21664/2238-8869.2023v12i1.p199-209. Disponível em: https://revistas2.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/article/view/6643. Acesso em: 4 dez. 2024.