Análise dos Parâmetros Físico-Químicos do Gongocomposto e Vermicomposto Produzidos no IFS Aracaju com Desenvolvimento de Mudas de Rúcula e Alface
DOI:
https://doi.org/10.21664/2238-8869.2024v13i2.p70-91Palabras clave:
resíduos orgânicos, gongocompostagem, vermicompostagem, diplópodes, gongoloResumen
O problema da geração de resíduos sólidos ainda é uma séria questão a se resolver. O gerenciamento de resíduos tem como disposição final apenas os aterros sanitários, já para uma destinação ambientalmente sustentável há diversas possibilidades. Sendo os resíduos orgânicos facilmente putrescíveis, essas possibilidades incluem práticas que podem ser feitas em casa, como a compostagem, a vermicompostagem e a gongocompostagem. O projeto “Vem e Composta” realiza a vermicompostagem no IFS Aracaju desde 2020, mas recicla pouco material vegetal seco. Neste sentido, devido à necessidade de reduzir os resíduos castanhos produzidos no campus, implantou-se a gongocompostagem. Esta técnica instalou-se em 2022 com a montagem de dois gongolários feitos com lixeiras de 60 litros reutilizadas, onde foi iniciada a compostagem de folhas e galhos secos com diplópodes coletados em zonas urbanas de Aracaju. O intuito deste trabalho foi produzir composto orgânico de pronto uso e, posteriormente, comparar com o vermicomposto que já é produzido na casa de vegetação do campus. O gongocomposto apresentou teores de umidade (77,62%), carbono (80,2 g kg-1), nitrogênio (15,5 g kg-1), cálcio (3,95 g kg-1) e magnésio (1,04 g kg-1) maiores que os do vermicomposto. O vermicomposto mostrou-se mais rico em fósforo (0,298 g kg-1) e potássio (4,8 g kg-1) e mais denso que o húmus de gongolo. O pH para ambos foi semelhante. O gongocomposto mostra-se como uma alternativa eficaz para tratamento de resíduos de poda e produção de substrato de qualidade, promovendo maior taxa de germinação e desenvolvimento de sementes de alface e rúcula quando comparado com o vermicomposto.
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