Contribuições para a Sistematização de Experiências Ecossocioeconômicas: Um Estudo na Associação Acolhida na Colônia Urubici
DOI:
https://doi.org/10.21664/2238-8869.2023v12i3.p177-193Palabras clave:
teoria da prática, inteligibilidade, turismo de base comunitária, ecossocioeconomiasResumen
O artigo contribui com a sistematização de experiências ecossocioeconômicas, conduzidas por meio da Metodologia de Incubação de Demandas Organizacionais/Territoriais (MIDO-T) e do Formulário Qualitativo de Coleta de Dados (FQCD), para além de seu caráter descritivo, agregando dimensões intersubjetivas. O estudo foi realizado na Associação de Agroturismo Acolhida na Colônia em Urubici/SC. Adotou-se o método da imersão fenomenológica combinando a observação participante com entrevistas em profundidade. A análise de dados baseou-se na comunicologia fenomenológica, com suporte do software Atlas Ti 22®. A análise fenomenológica identificou três elementos para contribuir com o FQCD: (1) elementos da história social, econômica e cultural do território, que impactam na configuração e nos resultados da experiência; (2) benefícios coletivos percebidos pelos sujeitos; (3) valores coletivos. Esses elementos contribuem para a apreensão, descrição e compreensão de dimensões intersubjetivas na sistematização de experiências ecossocioeconômicas. Os elementos históricos ampliam a compreensão da configuração da experiência, e de seus resultados. A identificação de benefícios e valores coletivos percebidos contribui para conhecer o processo de produção de sentido, e com isso compreender de que forma as relações intersubjetivas revelam aspectos que não são apreensíveis de forma direta. Em relação à MIDO-T e ao FQCD faz-se as seguintes recomendações: (1) que na sistematização sejam privilegiados métodos de pesquisa que ampliem o envolvimento do pesquisador com a realidade estudada; (2) inclusão de campos no FQCD que permitam coletar dados referentes aos elementos apresentados acima; (3) substituir o nome do formulário para Formulário de Sistematização de Experiências Ecossocioeconômicas (FSEE), para explicitar sua função e seu objetivo, bem como ampliar sua abordagem.
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