Evidências do Impacto da Vulnerabilidade Socioeconômica no Agravamento da Pandemia por Covid-19 na Cidade de Manaus

Resumen

Este artigo tem por objetivo analisar a relação entre a disposição geográfica dos casos de ocorrências de COVID-19 no município de Manaus e indicadores socioambientais. Os dados utilizados na pesquisa foram: (i) relatórios disponibilizados na página da Secretária de Saúde do Município de Manaus, que armazena dados referentes ao número de casos confirmados de COVID-19 e de pessoas que vieram a óbito, no período de 01 de março de 2020 a 09 de dezembro de 2021, incluindo informações sobre gênero, faixa etária e raça dos indivíduos (casos da doença e óbito); (ii) da plataforma da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas, que fornece dados sobre rendimento e quantitativo populacional de cada bairro manauara; e (iii) do portal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sobre aglomerado subnormais foi possível identificar informações sobre a redistribuição espacial interna nos bairros e a disponibilidade de acesso as unidades públicas de saúde e dados de indicadores socioeconômicos. Os dados coletados foram espacializados, utilizando-se o software ArcGis, e foram realizadas análises estatísticas. Este estudo permitiu observar que na capital amazonense existe uma segregação espacial da população influenciada pela renda e pela densidade populacional e que essas variáveis socioeconômicas propiciaram o maior adoecimento por COVID-19 da população que vive nas áreas mais vulneráveis. Como consequência, a população residente nessas localidades sofreu com índices superiores de morte e número de contaminados, o que culminou no agravamento dos reflexos da doença. Nesse sentido, o investimento público em infraestrutura urbana é primordial para promover a saúde humana, sobretudo diante de um cenário de pandemia. Os registros históricos da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) sobre o surto de COVID-19 na cidade de Manaus devem servir de alerta para que as ações futuras do Estado sejam favoráveis às necessidades da população.