O Elogio da Sedentarização na Viagem Contemporânea: Literatura, Pintura e Ecrã
DOI:
https://doi.org/10.21664/2238-8869.2021v10i3.p137-144Palabras clave:
viagem, literatura, pintura, ecrã, turismoResumen
Se é verdade que a época em que nos encontramos é “a” época das viagens, não é menos exato que os turistas/viajantes se deslocam cada vez mais fechados frente ao ecrã do lar, viajando através dele. De facto, as novas tecnologias apenas permitem que nos “desloquemos” de outro modo ao interior de nós mesmos, não prejudicando a essência da viagem mas sim possibilitando uma outra forma de experienciar o mundo. Graças ao mundo em rede e à modernidade tecnológica, é hoje possível ver e “estar” em qualquer espaço do globo terrestre, ou seja, tornou-se quase impossível iniciar uma viagem até um ponto desconhecido e não catalogado. Então porque não abdicar da experiência material e, em vez disso, desfrutar da comodidade de viajar no sofá através do relato de outros, sem despender de dinheiro e padecimentos? Porque não tomar de empréstimo a odisseia dos que se deslocam e fazê-la nossa, personalizando-a? Mas ainda assim, alguém poderá dizer que a viagem não acontece? Este artigo pretende mergulhar no outro lado do espelho da viagem, na dinâmica de quem escolhe o elogio da sedentarização para viajar de uma “outra” forma. O viajante de “poltrona” dos tempos de Plínio, o Velho (século I) evoluiu até chegar à época contemporânea numa dinâmica transfronteiriça que se define a partir de um mundo paralelo mas não menos rico.
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