Ao Revés da Utopia: Metamorfoses do ambiente amazônico nas obras de Franklin Távora, Euclides da Cunha e Alberto Rangel

Autores/as

  • Luciana Murari Universidade de Caxias do Sul

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2014v3i2.p55-66

Resumen

Este artigo analisa textos de três escritores brasileiros que, em contato com a Amazônia, refletiram sobre o futuro da região e sobre as possibilidades concretas de sua transformação em um território economicamente dinâmico e politicamente integrado à comunidade brasileira. Franklin Távora, escrevendo em 1876, vislumbrou um futuro em que o cenário amazônico seria convertido em uma paisagem típica da I Revolução Industrial. Na primeira década do século XX, Euclides da Cunha, por sua vez, imaginou um futuro em que o progresso da região seria impulsionado pelos investimentos estatais em obras de infraestrutura de transporte que inscreveriam a Amazônia em um projeto nacional, por meio da distribuição do povoamento e da ação direta e constante do Estado. Na mesma época, Alberto Rangel mantém uma postura dúbia que valoriza a excepcionalidade da natureza amazônica e os óbices que ela representaria à ocupação humana regular, apresentando uma visão que se divide entre o messianismo que via nela o futuro da humanidade e o pessimismo que anotava a frustração crônica dos projetos dirigidos à região..

Palavras-Chave: Modernização; Literatura; Amazônia; Pensamento Social Brasileiro.

Biografía del autor/a

Luciana Murari, Universidade de Caxias do Sul

Doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (2002). Professora do Programa de Pós-graduação em Letras, Cultura e Regionalidade da Universidade de Caxias do Sul. Bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq

Citas

Barreto L 1993 (1.ed. 1911). Triste fim de Policarpo Quaresma. 11. ed. São Paulo, Ática.
Berman M 1986. Tudo que é sólido desmancha no ar. trad. Moisés CF, Ioriatti AML. São Paulo: Companhia das Letras.
Cunha E da 1913 (1. ed. 1909). À marjem da historia. 2. ed. Porto: Imprensa Moderna.
Cunha E da 1919 (1.ed. 1907). Contrastes e confrontos. 6. ed. Porto: Companhia Portuguesa Editora.
Cunha E da 1985 (1.ed. 1902). Os sertões. Edição crítica por Galvao WN. São Paulo: Brasiliense; Secretaria de Estado da Cultura.
Cunha E da 1976. Um Paraiso Perdido. Reunião dos Ensaios Amazônicas. org. Heron Alencar. Petropolis: Vozes; Brasilia: INL.
Cunha E da 1994. Um Paraiso Perdido. org. Leandro Tocantins. Rio de Janeiro: Jose Olímpio.
Gondim N 1995. A invenção da Amazônia. São Paulo, Marco Zero.
Hardman FF 1988. Trem fantasma. A modernidade na selva. São Paulo: Companhia das Letras.
Murari L 2009. Brasil, ficção geográfica: ciência e nacionalidade no país d’Os sertões. São Paulo: Annablume; Belo Horizonte: Fapemig.
Rangel A 1927 (1.ed. 1908). Inferno verde: scenas e scenários do Amazonas. 4. ed. Tours: Arrault.
Rangel A 1913. Sombras n’água: vida e paisagens no Brasil equatorial. Leipzig: Brockhaus, 10-11 pp.
Prado ML, Capelato MHR 1975. A borracha na economia brasileira da primeira república. In Fausto B (Org.). História geral da civilização brasileira. São Paulo: Difel, 285-307 pp. Tomo III: O Brasil republicano, v. 3.
Távora F (s/d) (1. ed. 1876). O Cabeleira. São Paulo: Consórcio Editorial Brasileiro.

Publicado

2014-12-28

Cómo citar

MURARI, Luciana. Ao Revés da Utopia: Metamorfoses do ambiente amazônico nas obras de Franklin Távora, Euclides da Cunha e Alberto Rangel. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science, [S. l.], v. 3, n. 2, p. 55–66, 2014. DOI: 10.21664/2238-8869.2014v3i2.p55-66. Disponível em: https://revistas2.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/article/view/1003. Acesso em: 24 nov. 2024.

Número

Sección

Dossiê - Cultura, História e Biodiversidade