RELAÇÃO DE PODER E SAÚDE MENTAL DAS MULHERES INSERIDAS NO CRAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
DOI:
https://doi.org/10.37951/2358-260X.2024v12i2.7422Resumo
O poder concebido por Foucault advém das tecnologias produtoras das concepções de verdades, construídas em contextos sociais, de poderes e saberes que se transformam através das civilizações acometidas pelo controle, que por sua vez, faz-se objeto de apreensão dessas verdades. Atrelado a isso, a filósofa Judith Butler entende as relações de poder expressadas dentro das relações de gênero que é configurado, em sua perspectiva, como um dispositivo de controle interligado ao construto sociocultural que define as funções de homens e mulheres. Com isto, elabora-se como hipótese que as relações de poder impõem como verdade as funções determinadas socialmente para as mulheres, resultam em sobrecarga de atividades, favorecendo o adoecimento mental, e consequentemente, como uma válvula de escape busca-se assistência especializada. Levando em consideração essa concepção, o presente estudo teve por objetivo compreender os efeitos da relação de poder e de gênero na saúde mental das mulheres, aprofundando-se em um delineamento do adoecimento mental, bem como, a possível contribuição da Psicologia diante das repercussões “biopsicossocioculturais” desse público inserido no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). Portanto, o respectivo trabalho adotou o método de revisão integrativa, utilizando-se das bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Portal de Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC) e Scielo, bem como, fazendo uso dos descritores estabelecidos em busca no site Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), “relações de gênero”, “mulheres”, “saúde mental”, “psicologia” e “CRAS”, este, por sua vez, não consta no DeCS, mas os encaminhamentos para a sua inclusão foram realizados. Os trabalhos coletados abordam aspectos da construção de gênero advindo das relações de poder, caracterizado pelo machismo e patriarcado que vêm a influenciar a compreensão da função a ser exercida pela mulher, naturalizando atividades de cuidado do outro e do ambiente doméstico como lugar natural destas, manifestando conjunturas normativas como significativas para o adoecimento mental das mulheres assistidas pelo CRAS, que em situações de vulnerabilidade encontram lugar de fala nos grupos ofertados pelo serviço. Com isso, observa-se que apesar dos avanços como a conquista do direito ao trabalho e possibilidade para autonomia, permanece a manutenção de funções "destinadas às mulheres" perpetrando a naturalização da sobrecarga, tanto pela sociedade como por parte das profissionais do serviço, carecendo de atividades que promovam o olhar crítico das próprias usuárias diante dessas naturalizações.
PALAVRAS-CHAVE: Psicologia; Mulher; Saúde Mental; Relações de Poder.
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