Cicloturismo como Via de Desenvolvimento Local para o Município de Penha, Santa Catarina, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2022v11i2.p233-251

Palavras-chave:

desenvolvimento local, cicloturismo, políticas públicas

Resumo

Em busca de novas experiências, desaceleração da vida cotidiana e benefícios tanto físicos quanto psicológicos, emergem novas modalidades de turismo. Considerando as limitações do turismo de massa e a necessidade de diversificar a economia local, valorizar as riquezas naturais e o patrimônio cultural, e criar bases para modos de vida mais sustentáveis, pretende-se responder a seguinte pergunta de pesquisa: o cicloturismo pode ser uma alternativa para promover o desenvolvimento local, mitigar os efeitos da sazonalidade e diversificar o turismo no município de Penha, Santa Catarina? Esta pergunta se desdobra em dois objetivos, (1) Identificar e caracterizar os atores do trade do cicloturismo enquanto dinamizadores do Desenvolvimento Local e (2) Analisar o processo de construção participativa da política pública voltada ao cicloturismo do município de Penha, Santa Catarina. O presente estudo adota uma abordagem qualitativa e refere-se a um estudo de caso, com uso de observação participante e entrevista. A análise da infraestrutura do trade turístico de Penha (hotéis, serviços de alimentação e apoio ao cicloturista) revelou um cenário de preparo precário frente às necessidades do cicloturista e a ausência de participação da sociedade e do trade na elaboração da política de cicloturismo. Apesar disso, a elaboração da política pública de cicloturismo de Penha releva os interesses dos principais atores sociais, com potencial de geração de renda, valorização da herança material e imaterial, conservação do patrimônio histórico e a biodiversidade, aumento da consciência da população local e dos turistas sobre a necessidade de conservação do meio ambiente, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.

Biografia do Autor

Rubia Consuelo de Souza, Universidade Regional de Blumenau

Graduada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda (FURB), Mestre em Desenvolvimento Regional (FURB). Pesquisadora do Núcleo de Políticas Públicas da Universidade Regional de Blumenau. Blumenau, Brasil.

 

Carlos Alberto Cioce Sampaio, Universidade Regional de Blumenau

Professor dos Programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (FURB), Ciências Ambientais (UNISUL/Instituto Ânima-IA) e Professor Visitante Programa de Pós-graduação em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente/UniEvangelica/FUNADESP e Pesquisador Instituto de Estudos Avançados/USP.

Roberta Giraldi Romano, Universidade Regional de Blumenau

Engenheira Ambiental (PUCPR), Mestre e Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento (UFPR). Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (PNPD/FURB). Blumenau, Brasil.

Flávia Keller Alves, Universidade Regional de Blumenau

Administradora (FURB), Mestre e Doutoranda em Desenvolvimento Regional (FURB). Doutoranda em Desenvolvimento Regional (FURB). Blumenau, Brasil.

Referências

Arnstein SR 2002. Uma escada da participação cidadã. Revista da Associação Brasileira para o Fortalecimento da Participação 2(2): 4-13.
Associação Internacional de Transporte Aéreo – IATA 2020. Prejuízo do setor aéreo deve atingir US$ 84 bilhões em 2020. IATA, Notícia n. 50, 2020. [cited 2021 Jul 15]. Available from: https://www.iata.org/contentassets/060a388cfde24a83b7f38fda101a2239/2020-06-09-01-pt.pdf.
Barbosa LG, Oliveira SB, Souto-Maior AP, Lacerda E, Telles G, Leitão M 2009. Proposta de modelo para análise do estágio evolutivo da governança regional em turismo. In Barbosa L. Observatório de inovação do Turismo. Rio de Janeiro, Editora da FGV.
Belotto JCA 2009. Bicicleta: opção para uma mobilidade urbana mais saudável e sustentável. Monografia, Especialização em Questão Social, Universidade Federal do Paraná, Matinhos.
Brasil 2004. Ministério do Turismo. Roteiros do Brasil: diretrizes operacionais. Brasília, Ministério do Turismo.
Brasil 2015. Ministério do Turismo. Economia da Experiência. Ministério do Turismo. [cited 2021 Jul 20]. Available in: http://antigo.turismo.gov.br/assuntos/5288-economia-da-experi%C3%AAncia.html.
Brasil 2019. Ministério do Turismo. Turismo tem faturamento recorde de R$ 136,7 bilhões em 2019. Ministério do Turismo. [cited 2020 Oct 21]. Available in: https://url.gratis/368s1y.
Carneiro J, Allis T 2021. Como se move o turismo durante a pandemia da COVID-19? Chamada especial: Turismo e Covid-19, RBTUR 15(1):1-23. [cited 2020 Jul 15]. Available in: https://www.rbtur.org.br/rbtur/article/view/2212/1419.
Carvalho RC, Araújo L 2013. O turismo de massa em debate: importância de sua análise para planejamento turístico do estado de Alagoas, Brasil. Anais... X Seminário da Associação Nacional Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo (ANPTUR), Caxias do Sul.
Castelli G 1996. Turismo: Atividade marcante do século XX. Caxias do Sul, EDUCS.
Costa Verde & Mar 2021. Cicloturismo. Costa Verde & Mar. [cited 2020 Oct 22]. Available in: https://costaverdemar.com.br/novo/cicloturismo
Crouch GI; Ritchie JRB 1999. Tourism, Competitiveness, and Societal Prosperity. Journal of Business Research, 44(3):137-152.
Da Silva, LF, Mantovaneli JR. O, Sampaio CAC 2014. Desenvolvimento turístico regional: governança e territorialidade no caso da Oktoberfest Blumenau (Santa Catarina, Brasil). Turismo & Sociedade, Dossiê sobre Megaeventos. Curitiba, 7(1):156-173.
Dias R, Matos F 2012. Políticas públicas: princípios, propósitos e processos. São Paulo, Atlas.
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo – FECOMERCIOSP 2021. Turismo nacional avança, com alta de 47,5%, mas está longe de recuperar as perdas. FECOMERCIOSP, 19 jul. 2021. [cited 2021 Jul 15]. Available in: https://www.fecomercio.com.br/noticia/turismo-nacional-avanca-com-alta-de-47-5-mas-esta-longe-de-recuperar-as-perdas-1.
Ferraz VS 2013. Hospitalidade urbana em grandes cidades: São Paulo em Foco. Tese, Doutorado em Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo. [cited 2020 Jul 15]. Available in: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-10072013-161802/publico/TESE_VALERIA_FERRAZ.pdf.
Gössling S, Scott D, Hall MC 2020. Pandemics, tourism and global change: a rapid assessment of COVID-19. Journal of Sustainable Tourism, 29(1):1-20.
Grellmann CP 2018. Turismo e sustentabilidade: experiências turísticas memoráveis e práticas sustentáveis. Dissertação, Mestrado em Administração, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria.
Grinover L 2002. Hospitalidade: um tema a ser reestudado e pesquisado. In: Dias CMM. Hospitalidade: Reflexões e Perspectivas. São Paulo, Manole.
Gúzman SJM, Junior VJ, Santos IJ 2011. Turismo de experiência: uma proposta para o atual modelo turístico em Itacaré. Cultur: Revista de Cultura e Turismo, 5: 98-113.
Han H, Meng B, Kim W 2017. Bike-traveling as a growing phenomenon: Role of attributes, value, satisfaction, desire, and gender in developing loyalty. Tourism Management, 59:91-103.
Jafari J, Ritchie JRB 1981. Toward a framework for tourism education: problems and prospects. Annals of Tourism Research, 8(1):13-34.
Krippendorf J 1989. Sociologia do turismo: para uma nova compreensão do lazer e das viagens. 1ª ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.
Krippendorf J 2002. Desenvolvimento do turismo em harmonia com os seres humanos e o ambiente natural. In: Gastal, S. Turismo: investigação e crítica. São Paulo, Contexto.
Lee CF, Huang HI 2014. The attractiveness of Taiwan as a bicycle tourism destination: a supply-side approach. Asia Pacific Journal of Tourism Research,19(3):273-299.
Macoppi GU 2017. A ressignificação do turismo a partir do “slow tourism”: uma análise baseada no pólo de enoturismo da Região Metropolitana de Curitiba. Dissertação, Mestrado em Turismo, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
Matias-Pereira J 2010. A governança corporativa aplicada no setor público brasileiro. APGS, Viçosa, 2(1):109-134.
Mees LA, Guimarães VL 2010. História e turismo. Rio de Janeiro, Fundação CECIERJ.
Ministério do Turismo – MTUR 2021. Dados e fatos. Revista Dados & Informações do Turismo no Brasil - 2ª Edição/2021: O impacto da pandemia de COVID-19 nos setores de Turismo e Cultura do Brasil. Ministério do Turismo, 2021. [cited 2020 Jul 15]. Available in: http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/revista.html
Murphy P, Pritchard MP, Smith B 2000. The destination product and its impact on traveller perceptions. Tourism Management, 21(1):43-52.
Nóbrega WRM 2012. Turismo e políticas públicas na Amazônia Brasileira: instâncias de governança e desenvolvimento nos municípios de Santarém e Belterra – Oeste do Pará. Tese, Doutorado em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido, Universidade Federal do Pará, Belém.
Organização Mundial do Turismo – OMT 2001. Introdução ao turismo. Trad. Dolores Martins Rodriguez Córner. São Paulo, Roca.
Organização Mundial do Turismo – OMT 2003. Guia de desenvolvimento do turismo sustentável. Porto Alegre, Bookman.
Panosso N 2010. Experiência e turismo: uma união possível. In: Panosso N, Gaeta C. Turismo de experiência. São Paulo, SENAC.
Retomada do Turismo 2021. O que é. Retomada do Turismo. [cited 2021 Oct 10]. Available in: https://retomada.turismo.gov.br/#o-que
Ritchie JRB, Croutch GI 2010. A Model of destination competitiveness/ sustainability: brazilian perspectives. Revista de Administração Pública, 44(5):1049-66.
Rogers RG 2005. Cidades para um pequeno planeta. 2ª ed. Barcelona, Campâs, 2005.
Sampaio, C. A. C 2007. Turismo como fenômeno humano: princípios para pensar a eco socioeconomia do turismo e sua prática sob a denominação turismo comunitário. Turismo em Análise, 18(2):148-165.
Scótolo D, Panosso N 2015. Contribuições do turismo para o desenvolvimento local. Revista de Cultura e Turismo, 9(1):36-59.
Secchi L 2010. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. São Paulo, Cengage Learning.
Serra MS 2016. El cicloturismo y las vías verdes como ejemplo de turismo sostenible. Revista CIDOB d’Afers Internacionals, 113:187-209.
Souza VSF, Sampaio CAC 2006. Em busca de uma racionalidade convergente ao ecodesenvolvimento: um estudo exploratório de projetos de turismo sustentável e de responsabilidade social empresarial. Revista de Administração Pública (Impresso), Rio de Janeiro, 40(3):411-425.
World Tourism Organization – UNWTO 2020. COVID-19 related travel restrictions a global review for tourism. Second report. UNWTO, 28 abr. 2020. [cited 2021 Jul 10]. Available in: https://webunwto.s3.eu-west-1.amazonaws.com/s3fs-public/2020-04/TravelRestrictions%20-%2028%20April.pdf.
World Health Organization – WHO 2020. Coronavirus disease (COVID-19) pandemic. WHO, 2020. [cited 2020 Oct 10]. Available in: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019?gclid=CjwKCAiA7dKMBhBCEiwAO_crFEScVt-zgXSdRsjle7mxZNq6kb2bzWI6nHJeYjvXAwadEGR4fVwWqhoCboEQAvD_BwE
Zovko I 2013. The value of cycle tourism: opportunities for the scottish economy. Edimburgo, Transform Scotland.

Downloads

Publicado

2022-08-02

Como Citar

SOUZA, Rubia Consuelo de; SAMPAIO, Carlos Alberto Cioce; ROMANO, Roberta Giraldi; ALVES, Flávia Keller. Cicloturismo como Via de Desenvolvimento Local para o Município de Penha, Santa Catarina, Brasil. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science, [S. l.], v. 11, n. 2, p. 233–251, 2022. DOI: 10.21664/2238-8869.2022v11i2.p233-251. Disponível em: https://revistas2.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/article/view/6296. Acesso em: 22 dez. 2024.