O Perfil e a Percepção do Aprendizado Significativo dos Alunos do Curso Noturno de Ciências Ambientais de uma Universidade Pública Brasileira
DOI:
https://doi.org/10.21664/2238-8869.2021v10i3.p124-136Palavras-chave:
aluno, ensino, IFESResumo
Estratégias de ensino focado no aluno parecem ser mais atraentes para fomentar o aprendizado ativo de estudantes de graduação de turno noturno. Estudos realizados até o início dos anos 2000 revelaram que o perfil do discente de curso noturno era composto na maioria por estudantes-trabalhadores. Contudo, com a expansão das vagas para acesso às instituições federais de ensino superior (IFES) no âmbito do Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI, o perfil do jovem ingressante no ensino superior sofreu mudanças importantes. Para suprir a carência de estudos mais recentes abordando esse novo perfil do estudante noturno de universidade pública, o nosso objetivo foi avaliar o perfil e a percepção do aprendizado do alunado de um curso noturno de Ciências Ambientais de uma IFES brasileira. Este artigo descreve os resultados de uma pesquisa exploratória realizada mediante análise de questionário estruturado aplicado a 245 alunos regularmente matriculados no curso noturno de Ciências Ambientais de uma IFES brasileira. Com um total de 103 respostas, concluímos que o quadro discente de Ciências Ambientais desta IFES é composto por jovens mulheres (61,2%) entre 18 e 25 anos (75,7%), sem emprego formal (66,9%), que preferem o turno noturno para estudo (56,3%), demoram mais de uma hora no trajeto até o local de estudo (53%). Além disso, a análise de percepção de aprendizado revelou que 75,7% destes alunos preferem o aprendizado ativo em alternativa ao método de ensino passivo tradicional. Apesar destes alunos não serem estudantes-trabalhadores, como tradicionalmente descrito para o turno noturno, o método de ensino expositivo tradicional não foi atraente para estes jovens. Espera-se com este estudo contribuir com dados que atendam às necessidades destes jovens estudantes.
Referências
Araújo ESC, Vieira VMO 2013. Práticas docentes na Saúde: contribuições para uma reflexão a partir de Carl Rogers. Psicologia Escolar e Educacional, 17(1):97-104.
Barreto A 2014. A mulher no ensino superior distribuição e representatividade. Cadernos do GEA (6):52 pp.
Berbel NAN 1998. A problematização e a aprendizagem baseada em problemas: diferentes termos ou diferentes caminhos? Interface – Comunicação, Saúde, Educação 2(2):139–154.
Bonwell CEJ 1991. Active Learning: Creating Excitement in the Classroom. George Washington Univ. Press, Washington DC, 21 pp.
Brasil 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado Federal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 27 jan. 2021.
Brasil 2007. Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007. Institui o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI, Brasília, DF, 24 abr. 2007. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6096.htm. Acesso em 25 jan. 2021.
Brasil 1996. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 de dez. 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em 27 mar. De 2017.
Cardoso IDM, Lima RDS 2012. Métodos ativos de aprendizagem: o uso do aprendizado baseado em problemas no ensino de Logística e Transportes. Transportes 20(3):79–88.
Castellanos MEP, Fagundes TLQ, Nunes TCM, Gil CRR, Pinto ICM, Belisário S 2013. Estudantes de graduação em saúde coletiva: perfil sociodemográfico e motivações. Ciência e saúde coletiva 18(6):1657-1666.
Dicarlo SE 2009. Too much content, not enough thinking, and too little fun! Advances in physiology education 33(4):257–264.
E-MEC. Cadastro e-MEC de Instituições e Cursos de Educação Superior. Brasília, DF: Ministério da Educação; 2018. Disponível em: http://emec.mec.gov.br/. Acesso em 23 fev. 2018.
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP 2010. Perfil do ensino superior: graduação acadêmica, graduação tecnológica e pós-graduação. In: Indicadores de ciência, tecnologia e inovação em São Paulo – 2010. FAPESP: São Paulo.
Fragelli TBO 2017. Gamificação como um processo de mudança no estilo de ensino aprendizagem no ensino superior: um relato de experiência. Revista Internacional de Educação Superior 4(1):221-233.
Furtado JCFS 2013. Aprendizagem significativa – modalidades de aprendizagem e o papel do professor. 5 ed. Mediação: Porto Alegre, 96 pp.
Guerra CJO, Teixeira AJC 2016. Os Impactos da Adoção de Metodologias Ativas no Desempenho dos Discentes do Curso de Ciências Contábeis de Instituição de Ensino Superior Mineira. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade 10 (4): 380-397.
Hall ML, Stocks MT 1995. Relationship between quantity on undergraduate science preparation and preclinical performance in medical school. Academic Medicine 70 (3):230-235.
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP 2016. Sinopse Estatística da Educação Superior 2015. INEP: Brasília. Disponível em: <http://INEP.gov.br/sinopses-estatisticas-da-educacao-superior>. Acesso em: 03 mar. 2018.
Instituto Nacional de Estudos d Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP 2017. Panorama da Educação Destaques do Education at a Glance 2017. INEP: Brasília. Disponível em: http://download.inep.gov.br/acoes_internacionais/eag/documentos/2017/panorama_da_educacao_destaques_do_education_at_a_glance_2017.pdf. Acesso em: 03 mar. 2018.
Kuenzer A 1989. O trabalho como princípio educativo. Cadernos de Pesquisa (68):21-28.
Marin MJS, Lima EFG, Paviotti AB, Matsuyama DT, Silva LKD, Gonzalez C, Druzian S, Ilias M 2010. Aspectos das fortalezas e fragilidades no uso das metodologias ativas de aprendizagem. Revista Brasileira de Educação Médica 34(1):13-20.
Miller GE 1962. An inquiry into medical teaching. Journal of Medical Education 37:185–191.
Ministério da Educação e Cultura – MEC. Reuni - Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais. O que é o Reuni? Brasília: MEC; 2010a. Disponível em: http://reuni.mec.gov.br/o-que-e-o-reuni. Acesso em 27 mar. 2017.
Mitre SM, Siqueira-Batista R, Girardi-de-Mendonça JM, Morais-Pinto NM, Meirelles CAB, Pinto-Porto C, Moreira T, Hoffmann LMA 2008. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional em saúde: debates atuais. Ciência & Saúde Coletiva 13(2):2133-2144.
Moraes ASF, Carr RF, Gouvêa LHM 1994. O trabalhador-estudante no ensino superior: suas representações e expectativas em relação ao mercado de trabalho e ensino. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos 75(179-180-181):301-371.
Organization for Economic Co-Operation and Development – OECD 2008. Education at a Glance 2007. OECD publishing: Paris. Disponível em: http://www.OECD.org/education/skills-beyond-school/39313286.pdf. Acesso em 10 mar. 2018.
Organization for Economic Co-Operation and Development – OECD 2017. “Brazil” in: Education at a Glance 2017. OECD publishing: Paris. Disponível em: http://download.inep.gov.br/acoes_internacionais/estatisticas_educacionais/ocde/education_at_a_glance/CN_Brazil_OECD_2017.pdf. Acesso em 10 mar. 2018.
Pinto A da C 1986. Percepção, aprendizagem e memória. Porto: [s.n.]. Disponível em: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/19720/2/44389.pdf. Acesso em 25 jan. 2021.
Ribeiro CAC 2016. Desigualdades de gênero no ensino superior e no mercado de trabalho no Brasil: uma análise de idade, período e coorte. Revista Sociedade e Estado 31(2):301-323.
Ristoff D 2008. Educação Superior no Brasil – 10 anos após LDB: da expansão à democratização. In M. Bittar, JF de Oliveira M Morosini. Educação Superior no Brasil – 10 anos após LDB. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, Brasília, p. 40-50.
Terribili Filho A, Quaglio PO 2016. O cenário urbano para o estudante do ensino superior noturno na cidade de São Paulo: triste realidade ou palco de heróis? Millenium 10(31):74-87.
Terribili Filho A 2002. Avaliação dos aspectos motivadores e não motivadores na frequência à escola dos alunos de um curso noturno de graduação em administração de empresas. Dissertação de Mestrado, Faculdade Escola de Comércio Álvares Penteado, São Paulo, 134 pp.
Terribili Filho A, Nery ACB 2009. Ensino superior noturno no Brasil: história, atores e políticas. RBPAE 25(1):61–81.
Terribili Filho A, Raphael HS 2005. Fatores de atrasos e faltas do estudante do ensino superior noturno: a perda de aulas, de provas e o impacto no seu aproveitamento e em avaliações. Avaliação – Revista da Rede de Avaliação Institucional da Educação Superior 10(2):117-135.
UNIRIO 2010. Projeto Político Pedagógico de Ciências Ambientais. Rio de Janeiro (RJ): Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Disponível: http://www.unirio.br/prograd/ppc-dos-cursos-de-graduacao/PPCinciasAmbientais.pdf Acesso em 14 de abr de 2021.
Vianna JF, Aydos MCR, Siqueira OS. 1997. Curso noturno de licenciatura em química - Uma década de experiência na UFMS. Química Nova 20(2): 213–218.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
A partir da publicação realizada na revista os autores possuem copyright e direitos de publicação de seus artigos sem restrições.
A Revista Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science segue os preceitos legais da licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. 
