A informalidade no gerenciamento de resíduos de equipamentos eletro eletrônicos e a inserção social dos seus catadores em AGBOGBLOSHIE, ACCRA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2021v10i1.p271-298

Palavras-chave:

Economia informal; Resíduo de Equipamento Eletroeletrônico; Reciclagem; Mineração Urbana no Lixão de Agbogbloshie-Acra

Resumo

O resíduo de equipamento eletroeletrônico (REEE) é reconhecido como o de maior fluxo crescente de resíduos perigosos no mundo atualmente. Os trabalhadores do setor informal desempenham um papel central nesta cadeia onde tal resíduos são coletados, reciclados e/ou comercializados. Este artigo tem por objetivo analisar a inserção social dos catadores de REEE e a informalidade deste setor, em Agbogbloshie, Acra-Gana, onde encontra-se o maior lixão de REEE do mundo que, a partir de importação e da Cooperação Internacional recebe computadores e aparelhos EEE de segunda mão, de nações desenvolvidas e ONGs. Estes EEEs têm vida útil muito curta e acabam sendo descartados como REEE. Como metodologia para este trabalho utilizou-se a pesquisa exploratória, descritiva e como instrumentos aplicou-se um questionário a 30 catadores no lixão de Agbogbloshie e, entrevistas semiestruturadas: com 10 coletores de sucata, 5 revendedores de sucata, 1 coordenador responsável da Divisão de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Assembleia Metropolitana de Acra e, 1 coordenador responsável pelos REEE da empresa Zoomlion Ghana Limited. A omissão dos governos, em dar condições de trabalho e o reconhecimento aos catadores dos REEE gera risco de saúde e de subsistência no lixão. Os REEEs têm metais altamente valiosos, materiais secundários que podem ser recuperados através da mineração urbana e tem substâncias tóxicas perigosas que contaminam os trabalhadores e o meio ambiente, por isso a sua regulamentação é muito importante para buscar o bem-estar dos trabalhadores da linha de frente. Conclui-se que os catadores estão incluídos no sistema dos REEE, mas de maneira perversa, no elo mais frágil da cadeia produtiva. Eles atuam nas diferentes atividades desta cadeia, impulsionando o mercado da reciclagem dos REEE e a economia, mas, socialmente, estão excluídos dos programas sociais como a educação, a saúde, a moradia e a previdência social.

Referências

Amoyaw-Osei Y, Agyekum, O O, Pawmang J A, Mueller E, Fasko R, Schluep M 2011. Ghana e-waste country assessment. SBC e-waste Africa Project. p.1–123.

Amuzu D 2018. Environmental injustice of informal e-waste recycling in Agbogbloshie-Accra: urban political ecology perspective. Local Environment, p.603–618.

Awumbila M, Owusu G 2014. Can Rural-Urban Migration into Slums Reduce Poverty? Evidence from Ghana. Migrating Out of Poverty, p. 1-41.

Banco Mundial 2015. Rising through Cities in Ghana. Ghana Urbanization Review Overview Report. 55p

Bhugra D 2010. S. Sassen (2007). A sociology of globalization. International Review of Psychiatry, p. 93-94.

Caravanos J, Clark E, Fuller R, Lambertson, C 2011 Assessing Worker and Environmental Chemical Exposure Risks at an e-Waste Recycling and Disposal Site in Accra, Ghana. Journal of Health and Pollution, p.16-25.

Grant R 2018. The " Urban Mine " in Accra, Ghana. RCC Perspectives, p. 21–30.

Grant R, Oteng-Ababio, M 2013. Mapping the Invisible and Real " African " Economy: Urban E-Waste Circuitry. p. 37–41.

Ghana Statistical Service 2017. Ghana Living Standards Survey. Report of the Seventh Round.

Housing the Masses 2010. People’s Dialogue on Human Settlements: Final Report on Community-Led Enumeration of Old Fadama Community, Accra-Ghana. Unpublished Report, Accra, Ghana.

International Labour Organisation 2002. Decent Work and the Informal Economy, Report VI, ILO, Geneva.

Labban M 2014. Deterritorializing Extraction: Bioaccumulation and the Planetary Mine. Annals of the Association of American Geographers, p. 560-576.

Lepawsky J 2015. The changing geography of global trade in electronic discards: Time to rethink the e-waste problem. Geographical Journal, p. 147–159.

Organisation for Economic Co-operation and Development 2009. Is Informal Normal? Towards more and better jobs in developing countries, OECD Publishing, Paris.

Oteng-Ababio M 2012. When necessity begets ingenuity: E-waste scavenging as a livelihood strategy in Accra, Ghana. African Studies Quarterly, p. 1–21.

Oteng-Ababio M 2015. Rethinking Waste as a Resource: Insights from a Low-Income Community in Accra, Ghana. In: Urban Development for the 21st Century, p. 97-127

Oteng-Ababio M, Amankwaa E F, Chama M 2014. The local contours of scavenging for e-waste and higher-valued constituent parts in Accra, Ghana. Habitat International, p. 163–171.

Oteng-Ababio M, Owusu G, Chama M 2015. Intelligent enterprise: wasting, valuing and re-valuing waste electrical and electronic equipment. The Geographical Journal, p 265-275.

Schlosberg D 2007. Defining Environmental Justice: Theories, Movements, and Nature, 237pp.

Sentime K 2014. The impact of legislative framework governing waste management and collection in South Africa. African Geographical Review, p. 81-93

Simatele D M, Dlamini S, Kubanza N S 2017. From informality to formality: Perspectives on the challenges of integrating solid waste management into the urban development and planning policy in Johannesburg, South Africa. Habitat International, p. 122–130.

Thieme T 2010. Youth, waste and work in Mathare: Whose business and whose politics? Environment and Urbanization, p. 333–352.

Thieme T 2015. Turning hustlers into entrepreneurs, and social needs into market demands: Corporate-community encounters in Nairobi, Kenya. Geoforum, p. 228–239.

Williams C C, Kedir A, Nadin S, Vorley T 2013. Evaluating the extent and nature of the informalization of employment relations in South-East Europe. European Journal of Industrial Relations, p. 91-107

Downloads

Publicado

2021-03-03

Como Citar

GBEDEMAH, Stephen Edem; ZANETI, IZABEL CRISTINA BRUNO BACELLAR. A informalidade no gerenciamento de resíduos de equipamentos eletro eletrônicos e a inserção social dos seus catadores em AGBOGBLOSHIE, ACCRA. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science, [S. l.], v. 10, n. 1, p. 271–298, 2021. DOI: 10.21664/2238-8869.2021v10i1.p271-298. Disponível em: https://revistas2.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/article/view/4734. Acesso em: 22 dez. 2024.