Hidroeletricidade o Estado o Paraná: Uma Análise a Dimensão Social a Energia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2022v11i4.p153-169

Palavras-chave:

desenvolvimento regional, matriz de decisão, hidrelétricas

Resumo

A matriz elétrica brasileira é majoritariamente hídrica, e os empreendimentos dessa natureza afetam diretamente a economia e o espaço social dos atingidos. O objetivo deste estudo foi desenvolver um modelo de tomada de decisão em novos projetos de hidrelétricas no Estado do Paraná, à luz da dimensão social da energia. Essa pesquisa situa-se na área de estudos de políticas públicas para o desenvolvimento regional, e traz um enfoque em hidroenergia de empreendimentos hidrelétricos e pequenas centrais hidrelétricas. Foram empregadas a Técnica Delphi e a Análise Hierárquica de Processo para validar e priorizar os elementos da matriz multicritério de decisão. Como principal resultado, a matriz de decisão apresenta as variáveis relevantes no processo de decisão em novos projetos, ordenadas por prioridade a partir da consulta à especialistas do setor elétrico paranaense. Esses resultados podem auxiliar gestores de políticas públicas e/ou tomadores de decisão na esfera privada, a compreender como tais decisões podem ser afetadas pelas demandas sociais decorrentes dos impactos gerados por esses empreendimentos.

Biografia do Autor

Andrea de Souza, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)

Doutora pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR, Campus Curitiba)

Professora e Pesquisadora do Departamento de Gestão e Economia (DAGEE) da UTFPR (Campus Curitiba)

Endereço Lattes: http://lattes.cnpq.br/0248675178167039

ID Lattes: 0248675178167039

Christian Luiz da Silva, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR Campus Curitiba)

Doutor pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Pós Doutor pela Universidade de São Paulo (USP)

Pró Reitor de Pesquisa e Graduação da UTFPR (Campus Curitiba), Professor nos Programas de Pós Graduação em Planejamento e Governança  Pública (PGP) e em Tecnologia (PPGTE).

Lattes endereço: http://lattes.cnpq.br/8046559694932152

ID Lattes: 8046559694932152

Alain Hernández Santoyo, Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL)

Doutor pela Universidade de Alicante, Espanha e Pós-Doutor pelo programa Programa de Pós Graduação em Tecnologia (PGTE), e em Desenvolvimento Regional e Agronegócio pelo PGDRA, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE).

Professor Visitante Estrangeiro do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL).

Lattes endereço: http://lattes.cnpq.br/3358782039748485

ID Lattes: 3358782039748485

Referências

Andrade ESM 2012. Geração hidrelétrica no Nordeste: risco empresarial e ambiental para o setor elétrico brasileiro. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 214 pp.
Bermann C 2007. Impasses e controvérsias da hidreletricidade. Estudos Avançados, 21(5):139-153.
Brasil [homepage on the internet]. IBGE; c2022 [update 2022 Dec 12; cited 2022 Dec 12] Indicadores para o Desenvolvimento Sustentável. Available from: https://odsbrasil.gov.br/objetivo7/indicador711
Brasil [homepage on the internet]. cEPE/MME; 2021 [update 2022 Dec 12; cited 2022 Dec 12]. Ministério de Minas e Energia, Empresa de Pesquisa Energética. Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2020. Ano base 2019. Available from: https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/anuario-estatistico-de-energia-eletrica
Brasil [homepage on the internet]. cEPE/MME; 2019 [update 2022 Dec 12; cited 2022 Dec 12]. Ministério de Minas e Energia, Empresa de Pesquisa Energética. Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2020. Ano base 2019. Available from: https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/anuario-estatistico-de-energia-eletrica
Brasil [homepage on the internet]. cEPE/MME; 2019 [update 2022 Dec 12; cited 2022 Dec 12]. Ministério de Minas e Energia, Empresa de Pesquisa Energética. Balanço Energético Nacional 2019. Available from: https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-energetico-nacional-2019
Brasil [homepage on the internet]. cEPE/MME; 2017 [update 2022 Dec 12; cited 2022 Dec 12]. Ministério de Minas e Energia, Plano Decenal 2026. Available from: https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/plano-decenal-de-expansao-de-energia-pde
Brasil [homepage on the internet]. IBGE; c2010 [update 2022 Dec 14; cited 2022 Dec 14] Censo demográfico 2010. Available from:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/saude/9662-censo-demografico-2010.html?=&t=destaques
Bursztyn M 2001. A difícil sustentabilidade: política energética e conflitos ambientais. Garamond, Rio de Janeiro, 259 pp.
Bursztyn M, Bursztyn MA 2012. Fundamentos de política e gestão ambiental: os caminhos do desenvolvimento sustentável. Garamond, Rio de Janeiro, 603 pp.
Cardoso F 2018. Novem clássicos do desenvolvimento econômico. Paco, Jundiaí, 156 pp.
Colácios RD 2009. Matriz energética brasileira: consolidação, expansão, políticas e meio ambiente (1971-1979). Revista Territórios e Fronteiras 2(1):284-305.
Cruz CB, Silva VP 2010. Grandes projetos de investimento: a construção de hidrelétricas e a criação de novos territórios. Sociedade & Natureza 22(1):181-190.
Cureau S 2013. Os impactos socioculturais decorrentes da construção de usinas hidrelétricas no Brasil. Revista Magister de Direito Ambiental e Urbanístico 9(50): 96-117.
Department of Energy [homepage on the internet]. cDOE; 2017 [update 2022 Dec 12; cited 2022 Dec 12]. energy and Employment Report. Available from: https://www.energy.gov/sites/prod/files/2017/01/f34/2017%20US%20Energy%20and%20Jobs%20Report_0.pdf
Du W, Wang F, Li M 2020. Effects of environmental regulation on capacity utilization: Evidence from energy enterprises in China. Ecological Indicators [serial on the internet] jun 2020 [cited 2020 jun 15];113. Available from: https://doi.org/10.1016/j.ecolind.2020.106217
Feijó R 2007. Desenvolvimento econômico: modelos, evidências, opções políticas e o caso brasileiro. Atlas, São Paulo, 265 pp.
Ferreira DTAM, Marques EE, Buenafuente SMF, Souza LB, Grison MG, Lima AMT 2014. Perdas simbólicas e os atingidos por barragens: O caso da Usina Hidrelétrica de Estreito, Brasil. Desenvolvimento e Meio Ambiente [serial on the internet] mar 2020 [cited 2020 mar 15];30:73-87. Available from: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v30i0.34187 Fiani R 2018. Desenvolvimento, Meio Ambiente e Energia: principais abordagens econômicas e suas limitações. In L Santos. Economia do meio ambiente e da energia: fundamentos teóricos e aplicações. Editora LTDA, Rio de Janeiro, p. 3-15.
Freitas GS 2011. As modificações na matriz energética brasileira e as implicações para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 76 pp.
Frota I 2005. O setor elétrico e seus conflitos: novos e velhos desafios. In M Bursztyn. A difícil sustentabilidade: política energética e conflitos ambientais. Garamond, Rio de Janeiro, p.124-140.
Furtado C 1974. O Mito do Desenvolvimento Econômico. Paz e Terra, Rio de Janeiro, 117 pp.
Georgescu-Roegen N 2012. O decrescimento: entropia, ecologia, economia. Senac, São Paulo, 258 pp.
Goldemberg J, Moreira JR 2005. Política energética no Brasil. Estudos Avançados, 19(55):215-228.
Goldemberg J, Lucon O 2008. Energia, meio ambiente e desenvolvimento. Editora da Universidade de São Paulo, 400 pp.
Goldemberg J 2010. Energia e desenvolvimento sustentável. Blucher, São Paulo, 94 pp.
Gordon TJ 1994. The Delphi method. Futures research metodology. 2(3): 1-30.
Haesbaert R 2009. O mito da desterritorialização: do "fim dos territórios" à multiterritorialidade. Bertrand, Rio de Janeiro, 192 pp.
Haesbaert R 2007. Concepções de território para entender a desterritorialização. In: M Santos et al. (Org.). Território Territórios. Lamparina, Rio de Janeiro, 396 pp.
Hasson F, Keeney S, McKenna H 2000. Research guidelines for the Delphi survey technique. Journal of Advanced Nursing [serial on the internet]. mar 2020 [cited 2020 mar 19]; 32(4):1008-1015. Available from: https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.2000.t01-1-01567.x
Instituto de Energia e Meio Ambiente [update 2022 dec 13; cited 2020 10 mar] Quem ainda está sem acesso a energia elétrica no Brasil? Available from: http://energiaeambiente.org.br/produto/quem-ainda-esta-sem-acesso-a-energia-eletrica-no-brasil
Jeronymo ACJ, Bermann C, Guy-Guerra SM 2012. Desenvolvimento e Meio Ambiente, Editora UFPR, Curitiba, s,p.
Kalinowski LM 2011. A região do Ribeira do Iguape (Paraná/São Paulo) e a hidroeletricidade: elementos para uma revisão crítica. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, 396 pp.
Kamogawa LF 2008. O Crescimento econômico, uso dos recursos naturais e degradação ambiental: uma aplicação do modelo EKC no Brasil. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, 98 pp.
Landeta RJ 2002. El método Delphi: una técnica de previsión para la incertidumbre. Ariel, Barcelona, 223 pp.
León OG, Montero I 2004. Métodos de investigación en Psicología y Educación. McGraw-Hill, Madrid, 236 pp.
Linstone HA, Turoff M 2015. The Delphi Method: techniques and Applications. https://web.njit.edu/~turoff/pubs/delphibook/delphibook.pdf
Little PE 2001. Os conflitos socioambientais: um campo de estudo e de ação política. In: B Marcel. A difícil sustentabilidade: política energética e conflitos ambientais. Garamond, Rio de Janeiro, 259 pp.
MAB [homepage on the internet] Movimento dos atingidos por barragens [updated 2013 May 16; cited 2020 Jul 9]. Avaible from: https://mab.org.br/wp-content/uploads/2021/02/PNAB-Politica-Nacional-de-Direitos-das-Populacoes-Atingidas-por-Barragens.pdf
Macfarlane AM 2007. Energy: The issue of the 21st century. Elements 3(3):165-170.
Mahjabeen, Shah SZA, Chughtai S, Simonetti B 2020. Renewable energy, institutional stability, environment, and economic growth nexus of D-8 countries. Energy Strategy Reviews, 29. https://doi.org/10.1016/j.esr.2020.100484
Martínez-Rodríguez E 2007. Aplicación del proceso jerárquico de análisis de selección de la localización de una PYME. Anuario Jurídico y Económico Escurialense 40:523-542.
Minayo MCS, Millikan BH 2007. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. Hucitec, São Paulo, 406 pp.
Moreira PF 2012. O setor elétrico brasileiro e a sustentabilidade no século 21: oportunidades e desafios. International Rivers Brasil, Brasilia, 100 pp.
Moretto EM, Gomes CS, Roquetti DR, Jordão CO 2012. Histórico, tendências e perspectivas no planejamento espacial de usinas hidrelétricas brasileiras: a antiga e atual fronteira Amazônica. Ambiente & Sociedade 15(3):141-164. https://doi.org/10.1590/S1414-753X2012000300009
Muhammad B 2019. Energy consumption, CO2 emissions and economic growth in developed, emerging and Middle East and North Africa countries. Energy [serial on the internet]. abr 2020 [cited 2020 abr 12];179:232-245. Available from: https://doi.org/10.1016/j.energy.2019.03.126
Namy S 2007. Abordando os impactos sociais de grandes barragens hidrelétricas. The Journal of International Policy Solutionst 7:11-17.
Olabuénaga JIR, Uribarri MAI 1989. La técnica Delphi. La descodificación de la vida cotidiana: métodos de investigación cualitativa. Universidad de Deusto, Bilbao, s.p.
Oliveira AA 2012. Políticas ambientais e desenvolvimento regional: a perspectiva do pensamento institucionalista evolucionário. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 282 pp.
Oliveira NCC 2018. A grande aceleração e a construção de barragens hidrelétricas no Brasil. Varia Historia 34(6):315-346. https://doi.org/10.1590/0104-87752018000200003
Raizer L 2011. Sociedade e inovação: energias alternativas no Brasil e Canadá. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 365 pp.
Rampazzo SE 2002. A questão ambiental no contexto do desenvolvimento econômico. In B D Fermiano. Desenvolvimento sustentável: necessidade e/ou possibilidade? Edunisc, Santa Cruz do Sul, p.157-188
Reis LB, Fadigas EAFA, Carvalho CE 2012. Energia, recursos naturais e a prática do desenvolvimento sustentável. Manole, Barueri, 444 pp.
IRENA [homepage on the internet] Agência Internacional de Energia Renovável, [update 2022 dec 14; cited 2022 dec 14]; Available from: https://trackingsdg7.esmap.org/results
Saaty TL 1980. Multicriteria decision making: the Analytic Hierarchy Process. McGraw Hill, New York, 287 pp.
Sachs I 1993. Estratégias de transição para o século XXI: desenvolvimento e meio ambiente. Studio Nobel, São Paulo, 103 pp.
Sachs I, Dowbor L, Lopes C 2010. (Org.). Riscos e oportunidades: em tempos de mudanças. Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, São Paulo, 272 pp.
Santos G 2010. Política energética e desigualdades regionais na economia brasileira. Tese de Doutorado,Universidade de São Paulo, São Paulo, 180 pp.
Santoyo A, Caballero R, León MA, Casas M, Pérez VE, SILVA CL 2012. Multi-Criteria Decision Modeling for Environmental Assessment. An Estimation of Total Economic Value in Protected Natural Areas. International Journal of Environmental Research. 8(3):551-560.
Sauer IL 2002. Energia elétrica no Brasil contemporâneo: a reestruturação do setor Questões alternativas. In: Branco, Adriano Murgel. Política energética e crise de desenvolvimento. Paz e Terra, São Paulo, p.117-225.
Sevá Filho AO 2008. Estranhas catedrais: notas sobre o capital hidrelétrico, a natureza e a sociedade. Revista Ciência e Cultura 60(3):44-50.
Sieben A 2012. Estado e política energética: a desterritorialização da comunidade rural de Palmatuba em Babaçulândia (TO) pela Usina Hidrelétrica Estreito. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Uberlândia, 204 pp.
Silva NF 2006. Fontes de energias renováveis complementares na expansão do setor elétrico brasileiro: o caso da energia eólica. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 263 pp.
Simioni CA 2006. O uso de energia renovável sustentável na matriz energética brasileira: obstáculos para o planejamento e ampliação de políticas sustentáveis. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 300 pp.
Singer PI 1968. Desenvolvimento e Crise. Difusão Européia do Livro, São Paulo, 183 pp.
Skulmoski GJ, Hartman FT, Krahn JT 2007. The Delphi Method for Graduate Research. Journal of Information Technology Education 6:1-21.
Tolmasquim MT, Guerreiro A, Gorini R 2007. Matriz energética brasileira. Novos Estudos 79:47-69.
Tolmasquim MT, Guerreiro A 2011. Amilcar. Traçando novos rumos: o Brasil em um mundo multipolar. Foresight; IPEA, Berlim, Brasília, 91 pp.
Tolmasquim MT 2012. Perspectivas e planejamento do setor energético no Brasil. Estudos Avançados, 26(74):247-260.
Van Cleef A 2016. Hydropower development and involuntary displacement: Toward a global solution. Indiana Journal of Global Legal Studies 23(1):349-376.
Vergara SC 2008. Métodos de pesquisa em administração. Atlas, São Paulo, 287 pp.

Downloads

Publicado

2022-12-30

Como Citar

SOUZA, Andrea de; SILVA, Christian Luiz da; SANTOYO, Alain Hernández. Hidroeletricidade o Estado o Paraná: Uma Análise a Dimensão Social a Energia. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science, [S. l.], v. 11, n. 4, p. 153–169, 2022. DOI: 10.21664/2238-8869.2022v11i4.p153-169. Disponível em: https://revistas2.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/article/view/4670. Acesso em: 21 dez. 2024.