A Outra Face da Migração Feminina: os filhos que ficam
DOI:
https://doi.org/10.21664/2238-8869.2015v4i2.p15-30Resumo
O fenômeno da migração tem aumentado em todo o mundo, destacando-se o protagonismo das mulheres num terreno que, tradicionalmente, era percorrido pelos homens. No Brasil, esse fenômeno também é uma realidade. Objetivo geral deste artigo foi compreender as repercussões da migração da mãe, para o exterior, na vida dos filhos que ficaram. Foram investigados: o impacto sentido pelos filhos, a partir da migração da mãe; o desenvolvimento deles nos aspectos social, emocional/afetivo e escolar; as estratégias de convivência estabelecidas na nova realidade e as expectativas para o futuro. Foram entrevistados sete adolescentes, de ambos os sexos, na faixa etária entre 13 e 18 anos, filhos de mulheres que migraram. Os resultados indicam que os filhos sentiram fortemente o impacto da migração de sua mãe. O desenvolvimento deles foi alterado, podendo-se perceber sentimentos negativos. Em relação às expectativas para o futuro a maioria deles deseja formar uma família tradicional.
Palavras chave: Migração Feminina; Filhos; Mães; Relacionamento.
Referências
Almeida R, Rodrigues RD, Fonseca TV, et al. 2009. Os processos migratórios no Brasil e seu impacto na família. Faculdade de Serviço Social, Grupo de Pesquisa em Demandas e Políticas Sociais. X Salão de Iniciação Cientifica, PUCRS.
Arciniega JDU 2011. Social Perception of Risk and Protection Factors for the Children of Emigrant Mothers: A Study in the Dominican Republic. Migraciones Internacionales 6(1):101-132.
Baeckert LT 2008. Os sonhos das babás brasileiras ilegais na Suíça. [cited 2011May 06]. Available from: http://www.swissinfo.ch/por/reportagens/Os_sonhos_das_babás_brasileiras.
Bakker MC, Elings P, Reis M 2009.The Impact of Migration on Children in the Caribbean. [cited 2013 Jun10]. Available from: http://www.unicef.org/easterncaribbean/Impact_of_Migration_Paper.
Bronfenbrenner U 1996. A ecologia do desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados. Artes Médicas, Porto Alegre, p.267.
Bustamante J 2009. Relatório para o Conselho de Direitos Humanos. [cited 2011 Oct 10]. Available from: http://www.ohch.org//childrendsandmigration.
Cleaver V 2009. Ninguém pode Integrar outra pessoa. [cited 2010 Apr 24]. Available from: http://www.swissinfo.ch/por/sociedade.
Cortes R 2005. Impact on children left behind: children and migration. [cited 2011 Oct 10]. Available from: http://www.globalmigration.
Falicov CJ 2001. Migración, perdida ambigua y rituales. Perspectivas Sistémicas 69. Artes Gráficas Buschi, Buenos Aires, pp.81-102.
Fonseca ML, Ormond M, Malheiros J et al. 2005. Reagrupamento Familiar e Imigração em Portugal. In Relatório Preliminar. Centro de Estudos Geográficos, ACIME, FLAD, Lisboa, p.285.
Hazeu MT 2013. Migração internacional de mulheres na periferia de Belém: identidades, famílias transcionais e redes migratórias em uma cidade da Amazônia. [cited 2013 Mar 03]. Available from: http://www.repositório.ufpa. p.178.
Huber L 1996. Nos Trajetos da sujeição: brasileiras na Suíça. Travessia. Revista do migrante 26(1):73.
Hulsendeger MJA (s/d). A importância da família no processo de educar. [cited 2010 Nov 03]. Available from: http://www.espacoacademico.com.br/067/67hulsendeger.html.
Immigration and Refugee Board 2005. Refugee statistics, 2004. [cited 2013 Nov 03]. Available from: http://www.web.ca/~ccr/irb2004stats.html.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2010.Censo Demográfico. [cited 2011 Nov 10] . Available from: http://www.ibge.gov.br.
Jampaklay A 2006. Parental absence and children’s school enrolment: Evidence from a longitudinal study in Kanchanaburi, Thailand. Asian Population Studies 2(1):93-110.
Jones AJ, Sharpe SM 2004. Children’s experiences of separation from parents as a consequence of migration. Caribbean Journal of Social Work 3(1):88-109.
Knight LA 2009. A Face feminina da migração. Discurso de Abertura proferido no Caritas Internacional. [cited 2011. Oct 10]. Available from: http://www.caritas.org/includes/pdf/LAKSenegal.
Levitt P 2001. Transnational villages. Berkeley University of California Press, p.294.
Machado IJR 2006. Laços de sangue e fluxo de dinheiro: notas sobre o parente ausente no contexto migratório transnacional Portugal/Governador Valadares. In 25ª Reunião Brasileira de Antropologia 2006, Goiânia, CDROM, pp.1-27.
Marinho L 2010. Uma infância separada e o impacto do transnacionalismo nas crianças e nas relações familiares. 7° Congresso Ibérico de Estudos Africanos, Lisboa, pp.1-10.
Minayo MC 2004. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8ed. Hucitec, São Paulo, p.406.
Ministério das Relações Exteriores (MRE) 2009. Notícias para o Mundo. [cited 2011 May 06]. Available from: http://www.swissinfo.ch.sociedade/Emigrantes.
Oliveira F 2010. Como entender o "be-a-ba" dos vistos na Suiça. [cited 2010 Oct 29]. Available from: http://www.cigabrasil.ch/informando/materiais/be-a-ba.html.
Organização das Nações Unidas (ONU) 2009. Crianças e migração: proteger os direitos de um futuro melhor. [cited 2011 Nov 10]. Available from: http://www.ohch.org//childrendsandmigration.
Parreñas RS 2005. Children of global migration: transnational families and gendered woes. Stanford University Press, Califórnia, p.212.
Pottinger AM 2005. Children's experience of loss by parental migration in inner city Jamaica. American Journal of Orthopsychiatry 75(4):485-496.
Prado AEFA 2006. Família em Trânsito: Tecendo redes sociais. Dissertação de PUC, São Paulo, p.180.
Reis R, Sales T 1999. Cenas do Brasil Migrante. Editora Boitempo, São Paulo, p.312.
Schuler FMG 2010 Casamento intercultural e suas peculiaridades: Um estudo sobre brasileiras que vivem na Suíça. Dissertação de mestrado, Universidade Católica de Pernambuco, p.101.
Schuler FMG, Dias CSB 2012. Casamento intercultural e suas peculiaridades: Um estudo sobre brasileiras que vivem na Suíça. In N Ramos, M Marujo, A Baptista (orgs.), A voz dos Avós: Migração, memória e patrimônio cultural. Pro Dignitate, Coimbra, pp.257-270.
Secretaria Nacional de Justiça 2007. Relatório: Tráfico internacional de pessoas e tráfico de migrantes entre deportados(as) e não admitidos(as) que regressam ao Brasil via aeroporto internacional de São Paulo. Ministério da Justiça, Brasília, p.140.
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) 2006. Estatísticas: População Estrangeira Residente em Portugal, por nacionalidade segundo o sexo, dados de 2005. SEF, Lisboa, p.79.
Siquera S 2009. Sonhos, sucesso e frustrações na emigração de retorno. Brasil/Estados Unidos. Argumentum, Belo Horizonte, p.186.
Turato ER 2003. Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa. Vozes, Petrópolis, p.685.
United Nations Population Fund (UNFPA) 2007. Gender iquality. [cited 2011 Set 10]. Available from: http://www.unfpa.org/public.
Arciniega JDU 2011. Social Perception of Risk and Protection Factors for the Children of Emigrant Mothers: A Study in the Dominican Republic. Migraciones Internacionales 6(1):101-132.
Baeckert LT 2008. Os sonhos das babás brasileiras ilegais na Suíça. [cited 2011May 06]. Available from: http://www.swissinfo.ch/por/reportagens/Os_sonhos_das_babás_brasileiras.
Bakker MC, Elings P, Reis M 2009.The Impact of Migration on Children in the Caribbean. [cited 2013 Jun10]. Available from: http://www.unicef.org/easterncaribbean/Impact_of_Migration_Paper.
Bronfenbrenner U 1996. A ecologia do desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados. Artes Médicas, Porto Alegre, p.267.
Bustamante J 2009. Relatório para o Conselho de Direitos Humanos. [cited 2011 Oct 10]. Available from: http://www.ohch.org//childrendsandmigration.
Cleaver V 2009. Ninguém pode Integrar outra pessoa. [cited 2010 Apr 24]. Available from: http://www.swissinfo.ch/por/sociedade.
Cortes R 2005. Impact on children left behind: children and migration. [cited 2011 Oct 10]. Available from: http://www.globalmigration.
Falicov CJ 2001. Migración, perdida ambigua y rituales. Perspectivas Sistémicas 69. Artes Gráficas Buschi, Buenos Aires, pp.81-102.
Fonseca ML, Ormond M, Malheiros J et al. 2005. Reagrupamento Familiar e Imigração em Portugal. In Relatório Preliminar. Centro de Estudos Geográficos, ACIME, FLAD, Lisboa, p.285.
Hazeu MT 2013. Migração internacional de mulheres na periferia de Belém: identidades, famílias transcionais e redes migratórias em uma cidade da Amazônia. [cited 2013 Mar 03]. Available from: http://www.repositório.ufpa. p.178.
Huber L 1996. Nos Trajetos da sujeição: brasileiras na Suíça. Travessia. Revista do migrante 26(1):73.
Hulsendeger MJA (s/d). A importância da família no processo de educar. [cited 2010 Nov 03]. Available from: http://www.espacoacademico.com.br/067/67hulsendeger.html.
Immigration and Refugee Board 2005. Refugee statistics, 2004. [cited 2013 Nov 03]. Available from: http://www.web.ca/~ccr/irb2004stats.html.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2010.Censo Demográfico. [cited 2011 Nov 10] . Available from: http://www.ibge.gov.br.
Jampaklay A 2006. Parental absence and children’s school enrolment: Evidence from a longitudinal study in Kanchanaburi, Thailand. Asian Population Studies 2(1):93-110.
Jones AJ, Sharpe SM 2004. Children’s experiences of separation from parents as a consequence of migration. Caribbean Journal of Social Work 3(1):88-109.
Knight LA 2009. A Face feminina da migração. Discurso de Abertura proferido no Caritas Internacional. [cited 2011. Oct 10]. Available from: http://www.caritas.org/includes/pdf/LAKSenegal.
Levitt P 2001. Transnational villages. Berkeley University of California Press, p.294.
Machado IJR 2006. Laços de sangue e fluxo de dinheiro: notas sobre o parente ausente no contexto migratório transnacional Portugal/Governador Valadares. In 25ª Reunião Brasileira de Antropologia 2006, Goiânia, CDROM, pp.1-27.
Marinho L 2010. Uma infância separada e o impacto do transnacionalismo nas crianças e nas relações familiares. 7° Congresso Ibérico de Estudos Africanos, Lisboa, pp.1-10.
Minayo MC 2004. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8ed. Hucitec, São Paulo, p.406.
Ministério das Relações Exteriores (MRE) 2009. Notícias para o Mundo. [cited 2011 May 06]. Available from: http://www.swissinfo.ch.sociedade/Emigrantes.
Oliveira F 2010. Como entender o "be-a-ba" dos vistos na Suiça. [cited 2010 Oct 29]. Available from: http://www.cigabrasil.ch/informando/materiais/be-a-ba.html.
Organização das Nações Unidas (ONU) 2009. Crianças e migração: proteger os direitos de um futuro melhor. [cited 2011 Nov 10]. Available from: http://www.ohch.org//childrendsandmigration.
Parreñas RS 2005. Children of global migration: transnational families and gendered woes. Stanford University Press, Califórnia, p.212.
Pottinger AM 2005. Children's experience of loss by parental migration in inner city Jamaica. American Journal of Orthopsychiatry 75(4):485-496.
Prado AEFA 2006. Família em Trânsito: Tecendo redes sociais. Dissertação de PUC, São Paulo, p.180.
Reis R, Sales T 1999. Cenas do Brasil Migrante. Editora Boitempo, São Paulo, p.312.
Schuler FMG 2010 Casamento intercultural e suas peculiaridades: Um estudo sobre brasileiras que vivem na Suíça. Dissertação de mestrado, Universidade Católica de Pernambuco, p.101.
Schuler FMG, Dias CSB 2012. Casamento intercultural e suas peculiaridades: Um estudo sobre brasileiras que vivem na Suíça. In N Ramos, M Marujo, A Baptista (orgs.), A voz dos Avós: Migração, memória e patrimônio cultural. Pro Dignitate, Coimbra, pp.257-270.
Secretaria Nacional de Justiça 2007. Relatório: Tráfico internacional de pessoas e tráfico de migrantes entre deportados(as) e não admitidos(as) que regressam ao Brasil via aeroporto internacional de São Paulo. Ministério da Justiça, Brasília, p.140.
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) 2006. Estatísticas: População Estrangeira Residente em Portugal, por nacionalidade segundo o sexo, dados de 2005. SEF, Lisboa, p.79.
Siquera S 2009. Sonhos, sucesso e frustrações na emigração de retorno. Brasil/Estados Unidos. Argumentum, Belo Horizonte, p.186.
Turato ER 2003. Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa. Vozes, Petrópolis, p.685.
United Nations Population Fund (UNFPA) 2007. Gender iquality. [cited 2011 Set 10]. Available from: http://www.unfpa.org/public.
Downloads
Publicado
2015-11-20
Como Citar
SCHULER, Flávia de Maria Gomes; DIAS, Cristina Maria de Souza Brito. A Outra Face da Migração Feminina: os filhos que ficam. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science, [S. l.], v. 4, n. 2, p. 15–30, 2015. DOI: 10.21664/2238-8869.2015v4i2.p15-30. Disponível em: https://revistas2.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/article/view/1335. Acesso em: 22 dez. 2024.
Edição
Seção
Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa (CIAIQ2015)
Licença
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
A partir da publicação realizada na revista os autores possuem copyright e direitos de publicação de seus artigos sem restrições.
A Revista Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science segue os preceitos legais da licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. 
