A necessidade da implantação de risk score para diagnóstico precoce da pré-diabetes e consequente redução da incidência no Brasil

Autores

  • Isadora Lettieri de Faria
  • Maria Eduarda Assis Carneiro Viana
  • Carolina Franco Gonçalves
  • Isabella Fortaleza Borges
  • Thais Azevedo Freire
  • Sandro Marlos Moraes

Resumo

RESUMO: O estado pré-diabético, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde como níveis de glicose em jejum entre 110 e 125 mg/dl, é um fator de risco para o desenvolvimento de diabetes mellitus 2 (DM2). Em 2015, o Brasil ocupava o quarto dentre os países com maiores índices de DM2. Assim, considerando que há medidas que evitam ou postergam a evolução da doença, esse quadro clínico pode e deve ser diagnosticado precocemente para que possam ser realizados os tratamentos abordados na literatura. Neste sentido, o risk score é uma ferramenta que favorece uma rápida e fácil identificação da população que apresenta alto risco do desenvolvimento da doença, justificando, portanto, sua adoção pela área médica brasileira. Estabelecer a relação entre a adoção de escalas de risco para o rápido diagnóstico da pré-diabetes e a possibilidade de reduzir o índice da doença. Foi realizada uma revisão integrativa qualitativa sobre o tema mediante pesquisas nas bases de dados American Diabetes Association e Google Acadêmico, com os Descritores em Ciências de Saúde (DeCS): “estado pré-diabético”, “medicina preventiva” e “diabetes mellitus”, tanto em português quanto em inglês. A questão delimitadora do estudo foi a utilização de escalas para o rápido diagnóstico. Na sequência, utilizou-se como critérios de inclusão artigos disponíveis gratuitamente que abordassem escalas de risco. Excluíram-se publicações há mais de 10 anos. Após o filtro, a seleção de 20 artigos foi orientada pela relevância do tema capaz de validar o objetivo. A partir da leitura dos múltiplos artigos, constatou-se a associação entre o diagnóstico precoce, a detecção e tratamento de pré-diabéticos e a redução na progressão para diabetes mellitus, mais uma vez corroborando com o benefício de uma escala como a Pontuação Finlandesa de Risco de Diabetes Tipo 2 (FINDRISC) ou outra equivalente. O tratamento preemptivo demonstrou-se promissor nos Estados Unidos e na Índia, reduzindo a progressão em 31 e 18,3%, respectivamente. A terapêutica descrita baseia-se no incentivo ao exercício físico, redução da ingestão calórica e prescrição de metformina. Ademais, o incentivo ao tratamento do estado pré-diabético mostrou-se vantajoso economicamente, visto que seu custo é inferior ao da DM2. Por conseguinte, validar pontuações de risco para detectar pré-diabéticos e tratá-los, é eficaz na redução da incidência de diabetes mellitus 2 e desonera os sistemas de saúde. A análise da literatura possibilitou o entendimento de que os países que difundiram as escalas para diagnóstico nos sistemas de saúde, obtiveram uma redução na evolução de paciente pré-diabéticos a diabéticos. Desse modo, a adoção de scores visando a identificação de sujeitos de alto risco para o desenvolvimento da diabetes mellitus no Brasil figura como um instrumento importante para o tratamento prévio.

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Publicado

2021-05-26

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG