Associação entre depressão e diabetes mellitus e relação com o autocuidado: uma revisão sistemática

Autores

  • Nathália Campos Teixeira Discente do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás
  • Eloíza Coelho Gontijo Discente do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás
  • Mohamad Kalil Paiva Fontenele Discente do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás
  • Milena Pires Rozante Discente do curso de Medicina da Universidade Paulista
  • Maria Noêmia Souza de Alcântara Discente do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás
  • Monike Lourenço Dias Rodrigues Docente do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás

Palavras-chave:

Depressão, Diabetes Mellitus, Autocuidado

Resumo

A diabetes mellitus é uma doença caracterizada por um estado de hiperglicemia persistente causada por defeitos na secreção e/ou ação da insulina. Segundo os últimos dados coletados pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) em 2019, cerca de 463 milhões de pessoas no mundo vivem com a doença. Por outro lado, a depressão atinge mais de 264 milhões de pessoas. Nesse contexto, é frequente a associação de doenças crônicas como a diabetes com a depressão. O paciente com diabetes tem o seu cotidiano drasticamente alterado devido às necessidades de autocuidado e mudanças de estilo de vida que a doença exige, além das possíveis complicações crônicas que interferem ainda mais na qualidade de vida desse grupo levando a repercussões biopsicossociais. Avaliar através de uma revisão sistemática da literatura a prevalência de sintomas depressivos em pacientes com diabetes mellitus e a relação com o autocuidado. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura através das plataformas SCIELO, MEDLINE e GOOGLE SCHOLAR utilizando os descritores em ciências da saúde (DeCS): Depressão e Diabetes Mellitus. Foram incluídos artigos em língua portuguesa e inglesa, com data de publicação a partir do ano de 2000, que relacionassem depressão e diabetes mellitus tipo 1 e 2(DM1 e DM2). Foram excluídos os estudos em menores de 18 anos. Ao todo foram incluídos no estudo 13 artigos. A prevalência de sintomas depressivos nos estudos transversais que tratavam apenas de DM1 variou de 34,9% a 53,6%, nos que tratavam apenas de DM2 de 9,2% a 30 %. Em um estudo em pacientes com diabetes tipo 1 e 2 e pé ulcerado a prevalência de depressão foi de 64%, outro estudo que relacionava a polineuropatia distal diabética (PNDD) e depressão apontou que pacientes diabéticos com PNDD apresentavam maior sintomatologia depressiva do que aqueles sem PNDD. Não é possível estabelecer uma relação de causa e efeito entre depressão e diabetes, apenas que ambas podem ocasionar interferências mútuas. Foi apontado em alguns estudos que a depressão esteve associada a um pior controle glicêmico, baixa adesão ao tratamento e autocuidado inferior. Em contrapartida, em um único estudo transversal que relacionava depressão e DM2 em idosos a presença de sintomas depressivos não apresentou interferência sobre o autocuidado. A associação entre diabetes e depressão, principalmente nos pacientes com complicações crônicas, é concreta. Pacientes nessa condição podem apresentar prejuízos na qualidade de vida e no controle da diabetes. Nesse sentido, é necessária especial atenção à saúde para os portadores de DM com sintomas depressivos no intuito de fornecer avaliação psiquiátrica adequada. Além disso, é necessário implantar políticas públicas visando a prevenção da depressão nos seus 3 níveis nos grupos mais vulneráveis para diminuir o impacto dessas doenças e evitar as complicações mútuas.

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Publicado

2021-05-23

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG