Uso de probióticos no tratamento do câncer colorretal
Palavras-chave:
Neoplasia colorretal, Probióticos, TratamentoResumo
Tratando-se de doenças malignas o câncer colorretal (CCR) é a terceira causa mais comum e a quarta mais prevalente entre óbitos relacionados a neoplasias. O risco de desenvolvimento desta patologia está relacionando a idade, obesidade e doenças crônicas. As complicações cirúrgicas mais comuns após ressecções do CCR são infecções do sítio cirúrgico, afrouxamento da anastomose, abscessos e sangramento. E a interferência causada pelas cirurgias pode alterar a interação entre a microbiota do hospedeiro gerando uma expressão de virulência das bactérias e resposta inflamatória fulminante. Nesse contexto, há vários benefícios do uso de probióticos, como: modificação da microbiota, melhor adesão ao epitélio intestinal, fortalecimento da barreira epitelial, modulação do sistema imunológico e melhora da motilidade intestinal que levam a desfechos favoráveis na evolução de pacientes com CCR. Discutir o uso de probióticos no tratamento de pacientes com câncer colorretal. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, um estudo observacional do tipo quantitativo, realizada a partir de buscas nas plataformas PubMed e SciELO, utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DECS) “Neoplasia Colorretal” e “Probiótico”, em inglês, espanhol e português, combinados pelos operadores booleanos “AND” e “OR”. Foram selecionados 8 artigos levando em consideração os critérios de inclusão: relevância, abordagem temática, idioma inglês, português e espanhol, além do período de publicação de 2015 até 2020. O tratamento padrão para o CCR preconiza a combinação de ressecção cirúrgica com quimioterapia. Contudo, recentemente alguns estudos relatam o uso de probióticos como coadjuvantes nesse tratamento. Pacientes que utilizaram probióticos tiveram melhora no quadro geral por inúmeras razões como: diminuição do quadro diarreico por redução da quimiotoxidade da quimioterapia; melhora significativa na barreira imune presente na mucosa do intestino, diminuindo o risco de infecções oportunísticas; auxílio na fermentação de carboidratos não digeríveis usados para manutenção da integridade da mucosa; estímulo da apoptose de células danificadas, auxiliando na diminuição do risco de reinstalação do CCR. Alguns estudos observaram que os pacientes que usaram probióticos no pós-cirúrgico tiveram diminuição do número de citocinas inflamatórias, diminuiu o nível de PCR e outros marcadores de inflamação crônica. Ainda assim, nota-se que os probióticos estimulam a produção de substâncias anti-carcinogênicas, as quais inibem a proliferação de células cancerígenas e induz apoptose. Os benefícios do uso dos probióticos são evidentes no tratamento do CCR. No entanto, ainda não há uma preconização do uso no tratamento do CCR. Assim, espera-se que o uso dos probióticos seja recomendado na terapêutica de indivíduos com CCR.