Terapia hormonal e os impactos biopsicossociais em pessoas transexuais.

Autores

  • Tainara Almeida Chaves Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Maria Eduarda Silva Caetano Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Isadora Melo Viana Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Lydice Marise Cesar Gomes Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Wesley da Silva Gomes Centro Universitário UniEVANGÉLICA

Palavras-chave:

Transexuais, Impactos na saúde, Hormônios

Resumo

RESUMO: Transexualidade refere-se à condição do indivíduo que possui uma
identidade de gênero diferente da designada no seu nascimento. A identificação com
o sexo oposto motiva o processo de alteração do gênero por meio da transição social,
terapia hormonal e/ou intervenções cirúrgicas. A terapia hormonal, fundamental ao
processo da transição, oferece diversos desafios ao indivíduo, impactando
psicologicamente, socialmente e fisiologicamente. Reconhecer os impactos
biopsicossociais da terapia hormonal sobre as pessoas transexuais. O presente estudo
é uma revisão sistemática de literatura, de cunho qualitativo, composta por dados
coletados do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e
Comunidade, além de 15 artigos científicos originais na língua inglesa e portuguesa
publicados entre 2016 e 2020 nas bases de dados Scielo, PubMed e Google acadêmico.
Pacientes transexuais objetivam assumir as características sexuais secundárias do sexo
oposto, processo esse relacionado à terapia hormonal. Tal processo expõe essas
pessoas a diversos riscos, como doença tromboembólica, disfunção hepática severa
(transaminases superiores ao triplo do limite normal), câncer de mama, doença arterial
coronariana, doença cerebrovascular e enxaquecas severas, todos relacionados ao
aumento nos níveis séricos de estrogênio. Em relação a utilização de testosterona,
tem-se câncer de mama, neoplasias uterinas, eritrocitose e disfunção hepática severa
semelhante àquela observadas nos transexuais em tratamento com estrogênio. Notase que as repercussões sobre organismo não culminam somente nesses efeitos, mas
também em todas as funções relacionadas aos eixos hipotálamo-hipófise-gônadas e
hipófise-tireoide. O Ministério da Saúde estabelece diretrizes técnicas e éticas para o
processo transexualizador no SUS por meio da Portaria GM nº 1.707, de 18 de agosto
de 2008, definindo que o processo de cuidado consiste no atendimento clínico,
psicológico e psiquiátrico, na assistência social e na realização das cirurgias de
transgenitalização e de caracteres sexuais secundários. No entanto, ainda há um longo
caminho para garantir a essas pessoas o acolhimento e amparo sem limitações
oriundas do preconceito da sociedade. A transição expõe o sujeito a preconceitos e
angústias por não se identificar com seu corpo físico e submeter-se a alterações
fisiológicas potencialmente nocivas. Infelizmente, há inúmeras dificuldades no acesso
e permanência aos serviços de saúde, sobretudo pelo desrespeito ao uso do nome
social e a transfobia, além do desconhecimento dos profissionais de saúde em relação
à terapia hormonal. Logo, é fundamental garantir que o processo de transexualização
seja devidamente amparado pelos profissionais de saúde, além de assegurar todos os
direitos sociais constados na lei, a fim de garantir o acesso a benefícios
socioassistenciais e políticas públicas dirigidas à toda população brasileira.

Downloads

Publicado

2021-05-25

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG