Complicações neurológicas da covid-19
Palavras-chave:
COVID-19, Neurologia, ComplicaçõesResumo
RESUMO: A atual pandemia do novo coronavírus (COVID-19) afeta a vida dos seres
humanos desde o final de dezembro de 2019. Diversos estudos detalham os sintomas
e resultados, com foco principalmente em complicações respiratórias. Entretanto,
estão surgindo muitos relatos dos efeitos do vírus sistemicamente, sobretudo no
sistema nervoso. Identificar as principais complicações neurológicas da COVID-19 e
suas repercussões. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, um estudo
observacional do tipo quantitativo, realizada a partir de buscas nas plataformas
PubMed, SciELO e Periódicos CAPES, utilizando os Descritores em Ciências da Saúde
(DECS) “COVID-19”, “neurologia”, “complicações”, em inglês, espanhol e português,
combinados pelos operadores booleanos “AND” e “OR”. Foram obtidas 30
referências, das quais 30 resumos foram analisados e 27 foram selecionadas levando
em consideração os critérios de inclusão: relevância, abordagem temática, idioma
inglês, português e espanhol, além do período de publicação de 2020. Os distúrbios
neurológicos decorrentes da COVID-19 possuem diversas origens fisiopatológicas.
Alguns aparentam ser por consequência da invasão viral franca do sistema nervoso,
outros mostram-se um processo autoimune pós-viral e alguns ainda resultam de
complicações metabólicas e sistêmicas da doença. Observa-se na literatura a indicação
de que a COVID‐19 pode causar no sistema nervoso central: encefalopatia,
encefalite, meningite, acidente vascular cerebral isquêmico e hemorrágico, trombose
do seio venoso e endotelialite. No sistema nervoso periférico, parece estar associado
à disfunção do olfato e do paladar, lesão muscular, síndrome de Guillain‐Barré
e suas variantes. Sintomas como anosmia, disgeusia, ataxia e estado mental alterado
podem ser sinais precoces do potencial neurotrópico desse vírus, podendo ainda
preceder os sintomas clássicos da doença, como tosse e febre, sendo vital estar atento
a essas alterações para um diagnóstico precoce da doença e isolamento do indivíduo,
além de evitar sua disseminação nas enfermarias de neurologia. Nos encontramos
ainda nas fases iniciais de entender a complexidade sindrômica do COVID-19. Uma vez
que déficits neurológicos parecem ocorrer em pacientes de forma precoce, seu uso no
diagnóstico diferencial precoce é fundamental e pode salvar vidas. Logo, é imperativa
a necessidade de elaborar estratégias terapêuticas mais específicas com as
informações disponíveis para combater a pandemia.