Introdução alimentar precoce e alergia à proteína do leite de vaca. Existe relação?

Autores

  • Júlia Cândido Carvalho Centro Universitário de Anápolis- UniEVANGÉLICA, Anápolis, Goiás
  • Mariana Braga Teixeira Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás
  • Robson Pierre Pacífico Alves Filho Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás
  • Isabella Dorneles de Carvalho Universidade Federal do Tocantins, Palmas, Tocantins
  • Gabriela Magalhães Bandeira Gomes Centro Universitário de Anápolis- UniEVANGÉLICA, Anápolis, Goiás
  • Humberto de Sousa Fontoura Centro Universitário de Anápolis- UniEVANGÉLICA, Anápolis, Goiás

Palavras-chave:

Aleitamento Materno, Hipersensibilidade Alimentar, Proteínas do Soro do Leite

Resumo

O ministério da saúde (MS) recomenda o aleitamento materno exclusivo
até os seis meses do bebê e complementar até os dois anos de idade ou mais. No
entanto, as taxas de prevalência da amamentação ainda não são satisfatórias, dado
que pode indicar a introdução alimentar (IA) precoce. Preparações à base de leite
de vaca geralmente são os primeiros alimentos introduzidos à dieta do bebê, que
trazem à tona o cenário das alergias alimentares, principalmente à proteína do leite
de vaca (APLV). Analisar se existem evidências científicas que comprovem a relação
entre a introdução alimentar precoce e a alergia à proteína do leite de vaca,
relatando também outros possíveis fatores associados a essa doença. Trata-se de
um estudo qualitativo, retrospectivo, classificado como Revisão Integrativa, de
artigos publicados nas bases de dados Google Acadêmico e Acervo +, a partir dos
descritores APLV e aleitamento materno. Incluiu-se artigos publicados nos idiomas
português e inglês, entre os anos de 2018 a 2020 e excluiu-se artigos anteriores a
2018 e que não abordavam o tema em questão. A amamentação favorece o vínculo
mãe-filho e fornece nutrientes importantes para o desenvolvimento pleno do bebê,
incluindo efeito protetor contra alergias devido à presença de fatores
imunomoduladores em sua composição. Em todos os estudos, a idade inferior a 1
ano constituiu fator de risco para o desenvolvimento de APLV, pela imaturidade dos
sistemas digestório e imunológico, tal como o parto cesariano e a atopia materna.
Outros fatores, menos impactantes, incluem pais com nível de escolaridade
elevada, que recebem mais de um salário mínimo e crianças com muito baixo peso
ao nascer ou prematuras. Apesar de inúmeras evidências indicarem relação entre a
IA prematura, principalmente das proteínas do leite de vaca, e o desenvolvimento
de hipersensibilidades e alergias, não é possível tê-la como certa, uma vez que um
dos estudos analisados não aponta diferenças significativas de APLV em pacientes
com e sem IA precoce. Infelizmente ainda há poucos estudos abordando essa
questão, apesar de ser muito relevante, para determinar-se um resultado definitivo.
Faz-se necessário mais estudos sobre a relação entre a IA precoce e o
desenvolvimento de alergia à proteína do leite de vaca, a fim de comprovar as atuais
evidências de que possuem forte relação. É também essencial maior valorização e
incentivo ao aleitamento materno recomendado, visto que sua prática retarda a IA
dos bebês, atuando assim não só na prevenção de alergias alimentares, como
também de inúmeras outas doenças, como já consolidado pela literatura.

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Publicado

2021-05-25

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG