Visão ampliada sobre a sexualidade em idosos

Autores

  • Laura Martins de Oliveira Discente do curso de Medicina do Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Ana Carolina Cabral Carvalho Discente do curso de Medicina do Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Constanza Thaise Xavier Silva Docente do curso de Medicina do Centro Universitário UniEVANGÉLICA

Palavras-chave:

Idosos, Educação em Saúde, Sexualidade

Resumo

A sexualidade é um aspecto da existência humana formada no decorrer da vida do indivíduo, acompanhando-o durante toda sua vivência. A visão da sociedade em relação a esse assunto mantém, ainda, um padrão limitante, restringindo a sexualidade ao ato sexual e ignorando sua percepção holística, na qual incluem-se demonstrações de afeto e sentimentos. Desse modo, sob o ponto de vista da sociedade, pela junção de fatores fisiológicos, socioculturais, familiares e religiosos que criam mitos e tabus, os indivíduos “tornam-se” assexuados no momento em que a velhice se inicia. Isso faz com que a educação em saúde destinada aos idosos seja precária, acarretando dificuldade no diálogo sobre o assunto. Descrever os fatores que impedem com que a sexualidade seja vista como algo presente na vida dos idosos e ressaltar a necessidade da inserção desse tema na educação em saúde voltada para a velhice. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada a partir de buscas nas plataformas PubMed e SciELO, utilizando os descritores “Idoso”, “Sexualidade” e “Geriatria” combinados pelo operador booleano “AND”. Foram analisados 28 artigos publicados entre 2016 e 2020, dos quais 8 foram selecionados levando em consideração os critérios de inclusão: abordagem temática, relevância e idioma inglês e português. Após análise dos artigos, notou-se que a média de entrevistados nos estudos era de 200 indivíduos, sendo a maioria mulheres e aproximadamente 34% casados, tendo a média de idade de 70 anos. Dos idosos analisados, mais de 80% não sabia distinguir sexualidade de ato sexual. Mais da metade dos idosos admitiu pensar em sexo, mas quanto ao desejo em si, mais de 70% viam-se indiferentes. A prática sexual estava presente em pelo menos 30% dos indivíduos e a autoerotização em 20%. Percebeu-se que idosos com maiores níveis de estudo tinham melhor percepção acerca de sexualidade. Os fatores inibitórios para a vivência da sexualidade mais citados foram família e religião. Quanto ao nível de informação sobre o assunto, quase a totalidade dos entrevistados informou não ter sido instruído na juventude e em torno de 60% tinham como principal fonte de conhecimento, atualmente, a televisão. Nesse sentido, apreende-se que a sexualidade é pouco levada em consideração quanto à promoção de saúde e qualidade de vida nos idosos, apesar de ser parte essencial destas. Isso porque essa temática, devido a diversos fatores socioculturais, ainda é vista como tabu pela sociedade, sendo, muitas vezes, reduzida ao ato sexual, acarretando pouco diálogo entre os próprios profissionais de saúde e entre estes e seus pacientes. Devido a isso, idosos estão mais propensos a não vivenciar sua sexualidade de maneira holística, tendo pouco acesso à informação de qualidade e à educação sexual, sendo privados de uma prática que é fundamental para seu bem-estar.

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Publicado

2021-05-23

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG