Cuidados paliativos na oncologia e a qualidade do fim da vida

Autores

  • Vanessa Lara Guimarães Discente do curso de Medicina do Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Lilian Cassia Gomes Cintra Discente do curso de Medicina do Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Kálita Oliveira Lisboa Discente do curso de Medicina do Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Rodrigo Scaliante de Moura Docente do curso de Medicina do Centro Universitário UniEVANGÉLICA

Palavras-chave:

Cuidados paliativos, Cuidados médicos, Oncologia

Resumo

Os cuidados paliativos correspondem a uma série de abordagens multidiscipliares direcionadas aos pacientes portadores de doenças terminais e aos seus familiares, que visam garantir a ortotanásia com melhor qualidade e menos sofrimento. Atualmente, o câncer é responsável por 12% das mortes no mundo e, em vinte anos, esse número tende a duplicar. Assim, o câncer é um problema de saúde pública e é de direito dos cidadãos uma boa qualidade de vida até o seu último batimento cardíaco e, para isso, os cuidados paliativos são de suma importância. Busca-se ressaltar a importância dos cuidados paliativos pra um fim de vida de qualidade principalmente de pacientes oncológicos. Trata-se de uma revisão integrativa de caráter qualitativo, observacional e retrospectivo na qual foram analisados trabalhos científicos encontrados na base de dados Scielo e LILACS utilizando descritores. A fim de garantir um final de vida com qualidade, os cuidados paliativos, por meio da sua abordagem multidisciplinar, previnem e tratam o sofrimento através de avaliação detalhada e individual; da identificação precoce e tratamento de sintomas físicos, sociais, psicológicos, espirituais; da comunicação; e da autonomia. Assim, os cuidados paliativos substituem os cuidados curativos quando esses não são mais resolutivos e passam a ser mais danosos que benéficos, sendo uma nova forma de gerir a morte. Essa abordagem atualmente é destinada para qualquer paciente portador de doença crônica em fase terminal, porém iniciou-se na oncologia e, até hoje, é a sua principal área de atuação. Para que o cuidado seja efetivo em tornar a morte melhor de ser vivida é necessário comunicação clara com o paciente e seus familiares. No entanto, esse diálogo tem uma barreira: a morte. A perspectiva sobre a morte varia culturalmente e, no Ocidente, a morte ainda é um tabu, o que dificulta a comunicação plena e verdadeira – tanto pela dificuldade que os profissonais têm de falar quanto a que os pacientes e familiares têm de ouvir. Além disso, outra ferramenta utilizada nessa abordagem para alcançar seu objetivo é a autonomia. Quando os familiares, e até mesmo os profissionais, adotam medidas paternalistas e se apropriam do corpo e desejos do paciente, ignorando que o processo de adoecimento é individual, baseado em vivências e crenças próprias. A atenção e o cuidado do primeiro ao último batimento cardíaco é direito de todos. Para isso, os cuidados paliativos lançam mão de estratégias que objetivam tornar a morte menos sofrida, tanto para o paciente quanto para seus familiares. Assim, essa abordagem multidisciplinar, centrada no indivíduo, em seu processo individual de adoecimento, é essencial para uma ortotanásia de boa qualidade e com menos sofrimento. No entanto, dado o aspecto cultural intrínseco da morte, ferramentas da abordagem paliativa, como comunicação clara e autonomia, encontram obstáculos que devem ainda ser trabalhados e superados.

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Publicado

2021-05-23

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG