Recomendações e efeitos da terapia hormonal com testosterona no homem transgênero

Autores

  • Isadora Vilela Rodovalho Centro Universitário Unievangélica
  • Yana Maílla Pamplona Costa Centro Universitário Unievangélica
  • Isadora de Alencar Faria Centro Universitário Unievangélica
  • Júlia Maria Rodrigues de Oliveira Centro Universitário Unievangélica

Palavras-chave:

Terapia, Testosterona, Transgênero

Resumo

Transgênero caracteriza o indivíduo cuja identidade ou expressão de gênero difere do seu sexo biológico, implicando, muitas vezes, na busca por terapias hormonais que permitirão o seu bem estar físico e emocional. Em relação a homens transgêneros, a testosterona é o hormônio mais utilizado para o alcance das mudanças desejadas por ser fundamental no desenvolvimento de características sexuais primárias e secundárIas masculinas. Todavia, a terapia androgênica é acompanhada tanto por benefícios quanto por malefícios, sendo necessário que o paciente se enquadre nas recomendações previamente estabelecidas. Analisar recomendações e efeitos da terapia hormonal com testosterona no homem transgênero.  Realizou-se um estudo bibliográfico qualitativo a partir da análise de 12 artigos publicados entre 2013 e 2020, redigidos em português e inglês, com uso das bases de dados SciELO, PubMed e Google Scholar, utilizando os seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “hormone therapy” e “transgender”. Recomenda-se que a terapia hormonal com testosterona em homens transgêneros seja iniciada a partir dos 18 anos de idade, com apresentação de características de incongruência de gênero, que devem ser confirmadas por profissionais da saúde mental e compreendidas em sua totalidade pelo paciente, visto que esse passará por grandes alterações biológicas e sociais. Ademais, é contraindicado o tratamento hormonal em casos de gravidez, doenças arteriais, coronárias instáveis ou policitemia não tratada (hematócrito igual ou superior a 55%). Os efeitos da exposição à testosterona incluem, a longo prazo, aumento da pilificação facial e corporal, aprofundamento da voz, diminuição do tecido mamário, aumento do clitóris, reorganização do epitélio vaginal e redução significativa da prolactina e hormônio luteinizante (LH), causando amenorréia. Associado a essas mudanças observa-se o aumento da força, bem como da agressividade; ao mesmo tempo, reduz a disforia de gênero, ansiedade e estresse. Em contrapartida, a terapia pode ser acompanhada por efeitos indesejáveis como alopécia, acne, desvio do perfil lipídico, aumento do risco de tromboembolismo venoso, arteriosclerose, hipertensão, diminuição da sensibilidade à insulina, obesidade, hipersexualidade, policitemia, apneia do sono e risco aumentado de câncer de mama e doenças cardiovasculares. Antes do início da terapia hormonal com testosterona, recomenda-se que o paciente passe por avaliações psicológicas e físicas, a fim de verificar que ele está dentro dos critérios de elegibilidade para o uso de testosterona. Essa terapia faz com que os pacientes se aceitem mais devido à supressão de características secundárias femininas e um desenvolvimento de características secundárias masculinas, no entanto, é necessário maior acompanhamento desses pacientes devido aos efeitos adversos, como maior chance de desenvolver câncer de mama e doenças cardiovasculares.

Downloads

Publicado

2021-05-25

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG