Cirurgia bariátrica como fator de risco para transtornos relacionados ao álcool

Autores

  • Júlia de Souza Lima Centro Universitário Unievangélica
  • Valéria Menezes de Souza Centro Universitário Unievangélica
  • Elias Hanna Centro Universitário Unievangélica

Palavras-chave:

Cirurgia Bariátrica, Álcool, Transtorno

Resumo

A cirurgia bariátrica (CB) é uma técnica operatória para o tratamento de Obesidade. Durante o pré e pós-operatório o paciente é submetido a avaliações psiquiátricas para que se tenha uma boa evolução cirúrgica. No entanto, atualmente foi constatado empiricamente que indivíduos submetidos a esta cirurgia tem risco elevado para desenvolver problemas com o álcool. O objetivo deste estudo é sintetizar o conhecimento atual sobre CB como um fator de risco para Transtornos Relacionados ao Álcool (TRA). Trata-se de uma revisão integrativa, construída a partir de 7 artigos, em línguas portuguesa e inglesa, pesquisados nos bancos de dados GOOGLE ACADÊMICO. Adotou-se como critérios de inclusão artigos Qualis B4 ou acima, publicados nos anos entre 2015 e 2019. Segundo Ministério da Saúde, cerca de 18% da população faz uso abusivo de bebidas alcoólica. Já pacientes obesos têm uma taxa de abuso menor que 3%. A relação de uso e consumo de álcool em pacientes submetidos a CB traz consigo um aumento de 6,5% do risco de desenvolvimento de problemas relacionados ao alcoolismo. A cirurgia bariátrica pode alterar o metabolismo do etanol, apresentando maior absorção de álcool, e implicar mudanças no estilo de vida e no nível de estresse. Levando isto em conta, há variantes importantes na formação de um padrão da CB como fator de risco. A hipótese de “transferência da compulsão” do consumo alimentar para o consumo de etanol, visto que o álcool também é atuante no sistema da recompensa. Assim, quanto ao gênero, homens bariátricas apresentam maior taxa de internação em decorrência do álcool. No entanto, tanto homens como mulheres bariátricas possuem maior sensibilidade ao uso de álcool, logo menores doses podem levar o mesmo efeito que em pacientes não bariátricos, que consomem maiores doses. Além disso, a CB possui algumas variantes na técnica, que interferem de maneiras diferentes no metabolismo do álcool. Desse modo, a técnica de maior incidência de TRA seria a RYGB, porém não há nenhum estudo comparativo com outras técnicas que evitem interpretação com qualquer tipo de viés. Finalmente, evidenciou que há uma maior frequência de consumo alcoólico, entretanto, em doses menores em relação ao paciente pré-operado. Concluindo que não há um consumo de bebida alcoólica que leve a formação de TRA em pacientes pós-operados.

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Publicado

2021-05-23

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG