Repercussões da pandemia da covid-19 nos pacientes em tratamento oncológico: uma revisão de literatura

Autores

  • Rafaela Melo Macedo Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Guilherme Antonio Caixeta Issa Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Verônica Alcântara Cardoso Duarte Oliveira Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Lilian Cassia Gomes Cintra Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Camila Luíza Peres Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Jalsi Tacon Arruda Centro Universitário UniEVANGÉLICA

Palavras-chave:

COVID-19, Oncologia, SARS-CoV-2

Resumo

Está bem estabelecido que pacientes oncológicos são mais suscetíveis à infecção do que indivíduos saudáveis, uma vez que tanto a malignidade quanto a terapia antineoplásica resultam em um estado imunossupressor aos agentes infeciosos. Além disso, estudos recentes mostraram que o risco de desenvolver eventos graves em caso de COVID-19 é significativamente maior entre esses pacientes. Associado a isso, a pandemia do novo coronavírus esconde ameaças sutis como o efeito de distração, ou seja, desviar toda a atenção para a COVID-19 e negligenciar a prática clínica diária pode ter implicações substancialmente negativas, especialmente para os pacientes em tratamento contra câncer. Elucidar as repercussões da pandemia pelo SARS-CoV-2 em pacientes em tratamento oncológico. Trata-se de uma revisão bibliográfica do tipo integrativa de caráter observacional retrospectivo com abordagem qualitativa, realizada por meio da pesquisa de artigos científicos, nas bases de dados BVS e SciELO. Para isso, associaram-se os operadores booleanos com os descritores selecionados por meio da base Descritores em Ciência da Saúde (DeCS), sendo eles: “neoplasias”, “oncologia”, “infecções por coronavirus” e “SARS-CoV-2”. Incluíram-se artigos disponíveis na íntegra, publicados no último ano e nos idiomas inglês e português. Selecionaram-se treze artigos para análise de dados concomitantes com os objetivos da pesquisa. Apesar da orientação para que haja o postergamento da quimioterapia adjuvante e de cirurgias eletivas para cânceres menos agressivos durante a atual situação de enfrentamento da COVID-19, é bem consolidado na literatura moderna que atrasar as cirurgias oncológicas pode levar à progressão da doença e a piores prognósticos. O mesmo vale para regimes de quimioterapia adjuvante ou neoadjuvante administrados em momento não adequado. Dessa maneira, evidencia-se que pacientes com doença avançada e sem sintomas sugestivos de COVID-19 deveriam continuar recebendo quimioterapia ou radioterapia planejadas, sem atrasos desnecessários. É valido ressaltar, ainda, que a incapacidade de oferecer tratamento paliativo para pacientes que não conseguem sair de casa e o manejo dos efeitos colaterais do tratamento são outras preocupações importantes de uma quarentena forçada e que devem ser discutidas pelos médicos responsáveis. Diante desse cenário, resultados de estudos europeus garantem que qualquer adiamento desses procedimentos terapêuticos ou de rastreamento deve ser evitado e que os pacientes devem ser aconselhados a manter seus compromissos, se os procedimentos foram viáveis e seguros. Portanto, a necessidade de qualquer procedimento intervencionista deve ser ponderada, devido ao aumento dos riscos durante uma pandemia, e individualizada, afim de verificar a urgência do procedimento e os efeitos de um possível adiamento.

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Publicado

2021-05-25

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG