Síndrome do ovário policístico e suas repercussões cardiometabólicas
Resumo
RESUMO: A Síndrome do Ovário Policístico é um distúrbio endócrino que acomete mulheres em idade fértil, caracterizando-se geralmente por alterações menstruais (oligo ou amenorreia), níveis elevados de androgênios circulantes e/ou morfologia ovariana policística. Esse distúrbio possui, além de implicações reprodutivas, repercussões cardiometabólicas, que podem conduzir ao desenvolvimento de doenças como Diabetes Mellitus tipo II, Hipertensão Arterial, Dislipidemias, Síndrome Metabólica entre outras. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo discorrer sobre os fatores de risco metabólicos e cardiovasculares relacionados à Síndrome do Ovário Policístico. A fim de cumprir esse objetivo, foi realizada revisão integrativa baseada em 22 artigos, encontrados nas bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System online, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, e Scientific Electronic Library Online, a partir do uso dos seguintes descritores: “Síndrome do Ovário Policístico”, “Doenças Cardiovasculares” e “Obesidade”. Os artigos foram selecionados conforme período de publicação (2014-2020), idioma (português ou inglês) e adequação ao objetivo da pesquisa. Os achados deste estudo indicaram que há diferentes fenótipos dessa síndrome, sendo que aqueles mais leves não estão intensamente associados ao desenvolvimento de doença cardiovascular. Ademais, a hiperinsulinemia provou-se um importante elemento na patogênese desse distúrbio e na progressão de disfunções metabólicas. A obesidade central quando associada ou decorrente das alterações típicas da Síndrome do Ovário Policístico é dotada de potencial como preditor de risco cardiometabólico. A presente revisão integrativa apontou que a ligação entre a Síndrome do Ovário Policístico e as afecções cardiometabólicas ainda não é concreta e mais investigações se fazem necessárias para elucidá-la. A partir das informações e conclusões obtidas a partir dos trabalhos analisados, cabe a realização de mais pesquisas a fim de tornar mais concisa a relação entre essa síndrome ovariana e possíveis fatores de risco cardiometabólico.