A influência do manejo do whatsapp na terapêutica do paciente: uma revisão integrativa

Autores

  • Jéssica Sena Melo
  • Esther Cardoso dos Santos Souza
  • Gabriela Ramos Ribeiro
  • Marina Ramos Ribeiro
  • Humberto de Sousa Fontoura

Palavras-chave:

relação médicopaciente. Mídia social. Ética médica.

Resumo

Introdução: As mídias sociais constituem canais de comunicação na internet os quais existem diferentes possibilidades de interação entre usuários. O uso desses meios, possibilitou a melhora da relação médico-paciente baseando-se na ética médica e no empoderamento dos pacientes por meio da busca de informações, medicamentos e tratamentos. Apesar de seus benefícios, a falta de amparo legal é um impasse para a maior adesão de médicos a estes meios eletrônicos de comunicação. Objetivo: Elencar como o WhatsApp pode aprimorar ou detratar a relação médicopaciente. Material e método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Foram selecionados 20 artigos, no período de 2015 a 2019, nas plataformas de pesquisa PubMed, LILACS, Scielo e Elsevier por meio dos descritores em ciências da saúde “Relação médico-paciente”; “Internet”; “Mídias Sociais”. Resultados: A internet tem-se mostrado uma fonte de informação em saúde de grande relevância, os canais digitais são utilizados tanto para obter informações médicas quanto para estabelecer contato com colegas de profissão e pacientes, sendo que o WhatsApp é o meio preferencialmente utilizado para este objetivo. As situações de uso preferencial do WhatsApp são esclarecimento de dúvidas e emergência médica, estes quesitos são considerados vantagens de seu uso por grande parte dos médicos já que acreditam melhorar a relação médico-paciente. Além disso, a possibilidade de enviar resultados de exames pelo aplicativo também foi considerada vantajosa pelos médicos, contribuindo para atendimentos mais objetivos e resolutivos, principalmente em casos de emergência médica. A capacidade de acompanhar pacientes à distância também é considerada como vantagem do aplicativo por parte dos médicos, em especial para aqueles pacientes moradores de áreas rurais ou pouco cobertas por serviços de saúde, pois reduz as barreiras geográficas, permitindo ao paciente perceber a necessidade da avaliação clínica e aumentando as taxas de diagnóstico precoce. Todavia, os médicos também demonstram-se insatisfeitos com o atendimento centrado unicamente na troca de mensagens online pois resulta na banalização do serviço médico por parte dos pacientes, estes passam a não desejarem mais ir a consultas médicas presenciais após o atendimento via WhatsApp. Desta forma, o exame físico, parte essencial da consulta, é substituído por informações e imagens online, que podem não ter qualidade suficiente, dificultando o diagnóstico adequado e aumentando a possibilidade de erro. Outro grande incômodo aos médicos é a falta de regulamentação específica sobre uso da tecnologia para esse fim, já que dados compartilhados apenas pelo aplicativo não constarão em prontuário, dificultando amparo legal ao profissional e ao paciente em caso de desdobramento jurídico. Conclusão: Diante disso, conclui-se que há um reconhecimento unânime dos autores em que o WhatsApp é uma ferramenta das mídias sociais que possibilita o estreitamento da relação médico-paciente e o estabelecimento de vínculos capazes de ocasionar melhoras no tratamento do paciente, que passa a ser melhor assistido pelo médico, tornando o atendimento mais específico e apurado. Logo, vê-se a necessidade de realização de mais estudos que estabeleçam parâmetros específicos para definir quais usos, quais metodologias e quais critérios de treinamento clínico foram de fato eficazes na terapêutica a fim de proteger a integridade da relação médico-paciente e respaldar o médico de eventos adversos ocasionados pelo uso indevido das plataformas digitais.

Publicado

2020-02-09

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG