O uso de dispositivos mecânicos de suporte circulatório em choque cardiogênico

Autores

  • Raíssa Vasconcelos Bittencourt Boaventura
  • Jakellyne Alves Peres Gomes
  • Mariana Marques Velasco Nascimento
  • Poliana Höhl de Paiva
  • Jalsi Tacon Arruda

Palavras-chave:

Cardiopatia. Emergência. Intervenção. Urgência.

Resumo

Introdução: Choque cardiogênico é a expressão clínica utilizada para descrever a insuficiência circulatória decorrente de disfunção esquerda, direita ou biventricular. Também pode ser definido como um estado de hipoperfusão crítica final de um órgão devido a disfunção cardíaca primária segundo a American Heart Association. O campo de suporte circulatório mecânico avançou na última década, sendo opção viável para gerenciar quadros de choque cardiogênico. Objetivo: Discutir o uso do suporte circulatório mecânico no gerenciamento de pacientes com quadro de choque cardiogênico. Material e método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada nas bases de dados PubMed e Science Direct. Foram incluídos artigos publicados entre 2016 e 2018 obtidos utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) “shock, cardiogenic” e “mechanical circulatory support”, em português e inglês, que abordaram o uso do suporte circulatório mecânico temporário para gerenciar pacientes em choque cardiogênico. Foram selecionados 18 artigos que se adequaram aos critérios descritos. Resultados: O dispositivo de suporte circulatório mecânico é, teoricamente, um dispositivo atraente na condução do choque cardiogênico pois é capaz de interromper a espiral viciosa de isquemia, hipotensão e disfunção miocárdica, permitindo também a recuperação do miocárdio isquêmico. No entanto, o suporte extracorpóreo e o contato com superfícies artificiais desses dispositivos podem provocar mais ainda a resposta inflamatória sistêmica no organismo, além de um sangramento grave. Indicações para o uso do suporte mecânico circulatório temporário e a seleção de dispositivos que fazem parte de um processo complexo que exige a consideração da gravidade do choque cardiogênico, ressuscitação hemodinâmica precoce e imediata, fatores de risco específicos do paciente, limitações técnicas, recursos e treinamento adequados e avaliação da futilidade dos cuidados. Conclusão: O choque cardiogênico continua sendo uma condição desafiadora com taxas de mortalidade em torno de 50% dos casos. A utilização precoce de suporte circulatório mecânico em vez de doses crescentes de inotrópicos e vasopressores se mostrou benéfica na redução das taxas de mortalidade, ao evitar quadros de piora relacionados ao uso desses fármacos. Por isso, a intervenção precoce com a seleção adequada do dispositivo de suporte circulatório mecânico mais apropriado pode melhorar os desfechos do quadro. Entretanto, ensaios randomizados são necessários para uma avaliação completa do papel das diferentes estratégias de suporte circulatório no choque cardiogênico.

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Publicado

2020-02-09

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG