A epidemiologia da Doença de Chagas no Brasil no período de 2013 a 2017

Autores

  • Isadora Cerqueira Simões Braudes
  • Ana Clara Reis de Oliveira Cordeiro
  • Ivaldo Inácio Silva Junior
  • Layron Santos Simplício
  • Pollyana Carvalho Freire
  • Raiane Antunes Sampaio

Palavras-chave:

Prevalência. Doença de Chagas. Brasil.

Resumo

Introdução: A doença de Chagas é uma infecção parasitária detectada há mais de 100 anos e prevalente em inúmeros países, principalmente da América do Sul. Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que 5,7 milhões de pessoas no mundo são infectadas pelo T. cruzi. Neste cenário o Brasil apresentou um dos maiores números da doença, sendo a região Amazônica endêmica e com a maior prevalência da doença. Objetivo: Identificar a prevalência da Doença de Chagas aguda no Brasil, no período de 2013 a 2017. Material e método: Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal e descritivo, com base na plataforma do Departamento de Informática do SUS (DataSUS) e Informações de Saúde (TabNet), por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), subcategoria doença de Chagas, dos casos confirmados e notificados de Chagas em todo o território brasileiro, nos anos de 2013 a 2017. A pesquisa teve como variáveis as faixas etárias de menores de um ano até maiores de oitenta anos, além da variável dos sexos feminino e masculino. Em relação aos resultados, estes foram gerados de forma bruta pelo sistema do DataSUS, em forma de tabelas. Além disso, a análise foi feita de forma de estatística descritiva e cruzando os dados com a literatura existente. Resultados: A pesquisa mostrou que entre 2013 a 2017 foram confirmados e notificados 1.341 (um mil trezentos e quarenta e um) casos de Chagas em todo o território brasileiro, segundo o DataSUS. Sendo destes a maior prevalência na região Norte, com 1.303 casos, encontrando o estado do Pará com o maior número de doentes, totalizando 1.160 ocorrências e a região Sul com o menor índice, sendo apenas 2 casos notificados no estado do Rio Grande do Sul. A região Nordeste notificou 26 casos, região Sudeste 6 casos e a região Centro-Oeste 4 casos. A porcentagem de doentes entre os sexos é de 55,63% para homens e 44,37% para mulheres e a idade mais atingida está entre 20 e 39 anos. Conclusão: Com o presente estudo foi observado maior prevalência de casos de Chagas na Região Norte e Nordeste, no entanto, acredita-se que ainda há casos subnotificados no Brasil. Há uma grande necessidade de investimento público para que o sistema de coleta de dados seja mais fidedigno a realidade brasileira. Para tanto, seria viável mobilizar as regionais de saúde para que cursos de capacitação fossem ofertados para os profissionais de saúde, para que estejam aptos a fazerem uma notificação da doença de maneira correta e pontual. Assim, seria possível revelar de forma mais fidedigna a proporção de pacientes que possuem a Doença de Chagas. Ademais, uma maior atenção deverá ser dada ao estado do Pará, maior notificado, focando-se na conscientização da população sobre o risco de contaminação pelo T. cruzi tanto em alimentos naturais como os processados em situações sanitárias inadequadas.

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Publicado

2020-02-09

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG