Relação entre o nível de escolaridade e o exame de rotina citopatológico cérvico-vaginal na prevenção do câncer de colo uterin

Autores

  • Alane Franco
  • Guilherme Nassif Correa
  • Larissa Schults
  • Naiza Murielly Pereira Borges
  • Yago José Fagundes Freitas
  • Jalsi Tacon Arruda

Palavras-chave:

Educação. Informação. Neoplasia. Prevenção. Saúde.

Resumo

Introdução: O câncer de colo de útero é a quarta neoplasia mais comum em mulheres, com uma estimativa 16.000 novos casos no Brasil e de 528.000 novos casos no mundo, anualmente. As medidas profiláticas para essa doença são variadas, contando com abordagens educacionais e programas de prevenção com uso de preservativos. Contudo, observa-se que a profilaxia não ocorre de forma adequada em muitos lugares, acarretando prejuízo na qualidade de vida das mulheres, principalmente daqueles que não têm acesso à informação. Objetivo: Investigar a relação entre o nível de escolaridade das mulheres com a realização do exame citopatológico cérvico-vaginal na prevenção dos casos de câncer de colo uterino ocorridos nos últimos 10 anos no Brasil. Material e método: Trata-se de um estudo epidemiológico, com base em dados obtidos no Departamento de Informática do SUS (DATASUS) de 2009 a 2019. Também foram utilizados os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), além de estudos científicos encontrados nas bases de dados do Pubmed e SciELO relacionados ao tema. Resultados: A escolaridade mesmo que não represente uma variável tão expressiva, está associada diretamente com a incidência de câncer de colo uterino. Tal realidade ocorre porque a informação faz com que a mulher busque pelo exame de prevenção, como o recomendado. Muitos estudos confirmam que mulheres com menos escolaridade realizam menos o exame citopatológico cérvico-vaginal. Como consequência disso, há uma ausência da detecção e tratamento precoce do câncer de colo uterino. Comprovando essa situação, um estudo minucioso realizado com 258 mulheres entre 18 e 69 anos notaram maior índice de realização do preventivo por parte das mulheres com ensino fundamental completo (71%), e em contrapartida uma porcentagem menor daquelas que não concluíram o ensino fundamental (60%). Essa situação também foi confirmada por outro estudo com 1266 mulheres que não faziam a prevenção de rotina, a maioria delas possuía o ensino fundamental incompleto (38,6%) seguidas por 32,3% não alfabetizadas e 21,7% com ensino fundamental completo. Dados do INCA revelam que na maioria das regiões do país o grau de escolaridade está diretamente relacionado ao acesso à informação sobre saúde, motivo pelo qual ocorre uma menor adesão ao exame citopatológico por parte das mulheres menos esclarecidas. Conclusão: Os dados obtidos no DATASUS confirmam o que vários estudos já discutem. Investir na informação da população é uma medida que auxilia a eficiência do combate ao câncer de colo de útero, além de proporcionar mais saúde a toda população. É necessário que a escolaridade e o acesso à educação propiciem uma educação sexual de maneira que a jovem compreenda as medidas profiláticas e que seja capacitada para utiliza-las. Dessa forma, mulheres com um baixo grau de escolaridade poderão ser informadas por outras mulheres de sua convivência ajudando-a a prevenir-se dessa neoplasia maligna. Assim sendo, a propagação da informação é fator fundamental para divulgação dos processos de saúde, atuando diretamente no diagnóstico precoce do câncer de colo uterino e outras doenças.

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Publicado

2020-02-13

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG