Fatores que contribuem para o aumento da incidência da dengue na atualidad
Palavras-chave:
Doenças endêmicas. Vírus da dengue. Epidemiologia.Resumo
Introdução: A dengue surgiu no Brasil no século XIX, quando foram registrados os primeiros relatos dessa doença que se tornaria uma endemia nacional. Posteriormente, graças à minuciosos estudos, verificou-se também a intrínseca relação do vetor da dengue com a transmissão de outras doenças – tais como a Febre Amarela. Hoje, a prevalência dessa patologia é alarmante por conta da alta taxa de distribuição da doença em todo o território e das complicações que permeiam o processo de adoecimento. Objetivos: Identificar os fatores que influenciaram o aumento dos índices de dengue nos últimos anos no Brasil. Material e método: Realizou-se uma revisão integrativa da literatura com base na análise de artigos científicos, publicados entre os anos de 2014 e 2018, pesquisados nas plataformas PubMed, Medline e Scielo, além de dados extraídos do DataSUS. Delimitou-se, ainda, dois eixos a serem discutidos nessa revisão: fatores climáticos e crescimento populacional. Resultados: Apesar dos esforços para a eliminação do mosquito transmissor, a dengue é considerada uma doença emergente em países tropicais e subtropicais, entre eles o Brasil. Diversos fatores podem estar associados aos recorrentes casos no país, dentre eles: a pluviosidade, as elevadas temperaturas, a introdução e/ou circulação de um ou mais sorotipos do vírus e a crescente proporção de pacientes acometidos pela forma grave da doença. Paralelamente, dados do DataSUS comprovam que, entre 2013 e 2017, houve um aumento no número de casos de dengue em todo país, sendo a região Nordeste a mais acometida por ser justamente uma área de elevada umidade e temperatura. Além disso, convém ressaltar que problemas como a dengue têm suas raízes na forma explosiva com que as populações urbanas crescem, nas condições em que vivem e nos estilos de vida que adquirem. Exemplo disso é o processo de urbanização pelo qual passou a região Centro-Oeste que, a princípio, sofreu um grande êxodo rural e teve, em sequência, um rápido e desordenado crescimento industrial. Desse modo, as políticas públicas de saúde mostram-se historicamente ineficientes para suprir as necessidades de uma sociedade que cresceu de forma tão rápida e desordenada. Na contemporaneidade, essa falha do Estado em atender quem necessita é, em grande medida, sustentada na ausência de controle do vetor, na precária notificação de casos graves e na carência de equipes de saúde plenamente capacitadas. Conclusão: Em suma, depreende-se que o aumento dos números de casos dessa endemia é sustentado por diversos fatores. Assim, a erradicação da doença transita por ções tanto da iniciativa governamental como também da própria população que, notadamente, assume uma significativa importância na preservação do meio ambiente e eliminação dos criadouros do mosquito vetor. Por fim, conclui-se que a dengue é uma problemática que merece mais atenção pois, conforme os dados supracitados, é muito prevalente no país e também pode causar comprometimentos fisiológicos graves.