Análise epidemiológica do suícidio em Goiás

Autores

  • Andreza Moreira Santos
  • Lucas Mike Naves Silva
  • Alanna Oliveira Borges
  • Raquel Freitas Carneiro
  • Gustavo Bragança e Silva

Palavras-chave:

Suicídio. Ideação Suicida. Mortalidade.

Resumo

Introdução: O suicídio é um fenômeno cada vez mais frequente no Brasil e no mundo, sendo a segunda causa de mortalidade entre jovens entre 15-29 anos, principalmente entre países de baixa e média renda. De acordo com dados da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo. No Brasil, os dados sobre a real estimativa de mortes por suicídio são subestimados, o que se deve à falta de notificação eficiente e à grande população que o país comporta. Este fato contribui para um baixo coeficiente de mortalidade por suicídio. No entanto, o Brasil está entre os dez países com maior incidência de tentativa de suicídio, sendo a ingestão de tóxicos e medicamentos, o enforcamento e armas de fogo os principais meios de tentativa e de concretização do autoextermínio. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico das tentativas de suicídio relacionadas à ingestão de tóxicos e medicamentos em Goiás no período de 2017 a outubro de 2018. Material e métodos: Trata-se de um estudo quantitativo com delineamento transversal de base populacional. Considerou-se para pesquisa dados referentes ao uso de substâncias para tentativa de suicídio no período disponível na plataforma Scorpion do banco de dados do ConectaSUS. Resultados: Em Goiás, no período de 2017 a outubro de 2018 ocorreram 371, 3.528 e 106 casos de tentativa de suicídio por agrotóxicos, medicamentos e saneantes (produtos de limpeza), respectivamente. O principal agrotóxico usado nas tentativas de autoextermínio foi o chumbinho (carbamato ou organofosforado). A maioria dos indivíduos que tentaram suicídio teve manifestações clínicas leves. Entretanto, 25 pacientes evoluíram para óbito. A análise dos dados demonstrou que os medicamentos são uma das principais formas de tentativa de suicídio no período estudado. O grupo etário que mais teve tentativas de autoextermínio por medicação foi o de indivíduos de 20-29 anos, sendo, a maioria, mulheres (81,28%). Todavia, a taxa de suicídio foi maior entre homens no ano de 2017 (65,38%). No ano de 2018, até o mês de outubro, consta que 100% dos óbitos são representados por mulheres. Os saneantes foram usados por 106 indivíduos no período em análise para tentativa de suicídio, sendo a maioria das tentativas na própria residência. Conclusão: O estudo demostrou que no estado de Goiás o uso de medicamentos desponta como o principal meio de tentativa de suicídio entre as substâncias ingeridas. Apesar de as mulheres tentarem mais suicídio do que os homens, são estes os responsáveis pelo maior número de óbitos. Embora a maioria dos indivíduos que tentam suicídio apresente manifestações clínicas leves, alguns evoluem para óbito. Logo, faz-se necessária a abordagem e a busca ativa de indivídus com ideação suicida para assim reduzir a morbimortalidade associada, oferecendo-se ajuda e tratamento adequados.

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Publicado

2020-02-13

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG