Internações e custos das diarreias e gastroenterites de origem infecciosa presumível ao sistema de saúde em Goiás entre 2008 e 2018
Palavras-chave:
Hospitalização. Gastos em saúde. Gastroenterite. Diarreia.Resumo
Introdução: As diarreias e gastroenterites de origem infecciosa presumível são situações clínicas extremamente comuns no estado de Goiás, principalmente em locais com saneamento básico inadequado. A maioria dos casos é autolimitado, com a resolução do quadro na residência do doente. Contudo, muitas vezes, em casos mais graves, é necessária a internação do doente no sistema de saúde para que a recuperação seja feita de maneira mais rápida e efetiva, reduzindo as complicações que podem até mesmo levar a óbito. Essas internações geram um custo anual bastante elevado para o estado, sendo de suma importância entender o perfil epidemiológico e os gastos com tais afecções, visando meios de prevenção efetivos e tratamentos custo-efetivos. Objetivo: Traçar o perfil epidemiológico das diarreias e gastroenterites de origem infecciosa presumível e levantar seus custos ao sistema de saúde do Estado de Goiás entre os anos de 2008 e 2018. Material e métodos: Tratase de um estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo, feito a partir de dados secundários obtidos no Departamento de Informática do SUS (DATASUS), analisados no dia 23 de junho de 2019. Foram utilizadas as variáveis “ano de processamento”, “faixa etária SINAN”, “internações”, “valor total” e “diarreia e gastroenterites de origem infecciosa presumível” para os anos de 2008 a 2018. Resultados: De um total de 62.439 internações pelo quadro de diarreias e gastroenterites, a faixa etária com maior número, foi de 1 a 4 anos, com 15.454 internações entre 2008 e 2018. Por outro lado, o menor grupo foi o de 15 a 19 anos, com 2.885 internações. Em concordância, o grupo de 1 a 4 anos também gerou o maior gasto para o sistema de saúde, totalizando em 4.963.010 reais no período analisado. O grupo com menor número de internações, de 15 a 19 anos, gerou um gasto para o SUS de 869.907 reais. Vale salientar que o gasto total foi de 19.669.840 reais. É importante frisar que 2010 foi o de maior despesa com estas infecções, 3.065.902 reais, coincidindo com o maior número de internações, 9.404 internações, seguido pelo ano de 2008, com 8.206 internações e 2.464.168 reais gastos. Conclusão: Diante do significativo número de internações e do custo com diarreias e gastroenterites de origem infecciosa presumível, faz se necessário melhores estratégias de prevenção e promoção da saúde capazes de diminuir a prevalência da infecção. Embora o tratamento seja considerado simples e de baixo custo, a alta incidência e as possíveis complicações encarem o tratamento. Para que isso aconteça, deve haver investimento em saneamento básico e na atenção primária, principalmente na educação em saúde favorecendo o conhecimento qualificado da comunidade acerca dos cuidados necessários, como lavagem de mão, correto manuseio de alimentos, dentre outras medidas.