Perfil epidemiológico do aborto induzido no Brasil: uma revisão de literatura
Palavras-chave:
Introdução: O aborto induzido envolve questões religiosas, culturais e políticas. O motivo que leva as mulheres a omitir a informação sobre ter induzido o aborto não é apenas preocupação com a questão da ilegalidade do ato em si, mas também pelas questões psicológicas e emocionais envolvidas. No Brasil, persiste uma subnotificação das mortes por aborto, já que muitos óbitos devido à septicemia e hemorragia decorrentes de complicações de abortamentos não são devidamente computados. Apesar disso, em 2002, um estudo nas capitais brasileiras, com utilização de um fator de correção, permitiu identificar que o abortamento correspondia à terceira causa de morte materna (11,4%). Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão integrativa da literatura visando identificar o perfil das mulheres que praticam o aborto no Brasil. Materiais e Métodos: Estudo descritivo baseado na Pesquisa Nacional de Aborto (PNA) de 2016 aliado a pesquisa integrativa na literatura com coleta de dados nas bases Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Pubmed e Google Acadêmico. As palavras-chave utilizadas foram “aborto”, “subnotificação” e “aborto provocado” e suas correspondentes em inglês: “abortion”, “underreporting” e “provoked abortion”. Resultados: Estima-se cerca de 250 mil internações para tratar complicações do aborto de acordo com Ministério da Saúde no Brasil. Das 2.002 mulheres alfabetizadas entre 18 e 39 anos entrevistadas pela Pesquisa Nacional de Aborto (PNA 2016), 13% já fez ao menos um aborto. As taxas são maiores nos municípios com mais de 100 mil habitantes (13%) do que com menos de 20 mil (11%). Taxas são maiores entre mulheres com baixa escolaridade (22%), entre aquelas com nível médio ou superior (11%). O principal método utilizado é o medicamentoso (48%). Cerca de metade das mulheres são internadas para finalizar a pratica abortiva (48%). Mulheres nas regiões Norte/ Centro-Oeste e Nordeste (15% e 18%) apresentam taxas maiores do que Sudeste e Sul (11% e 6%). Renda familiar total mais baixa (até 1 salário-mínimo – S.M., 16%) é maior que em rendas com mais de 5 S.M., 8%). Índices em amarelas, pretas, pardas e indígenas (13% a 25%) são maiores do que entre brancas (9%). E entre as que hoje têm filhos (15%) são maiores em relação as que nunca tiveram (8%). Conclusão: Baseando-se nos dados, a prática do aborto induzido é mais presente entre as mulheres com baixa escolaridade, pretas, pardas e indígenas nas regiões Norte e Nordeste. Destaca-se que o método abortivo mais usado é o medicamentoso. Portanto, O PNA, demonstrou a magnitude do problema que é o aborto no país, e consequentemente sua subnotificação.Resumo
Introdução: O aborto induzido envolve questões religiosas, culturais e políticas. O motivo que leva as mulheres a omitir a informação sobre ter induzido o aborto não é apenas preocupação com a questão da ilegalidade do ato em si, mas também pelas questões psicológicas e emocionais envolvidas. No Brasil, persiste uma subnotificação das mortes por aborto, já que muitos óbitos devido à septicemia e hemorragia decorrentes de complicações de abortamentos não são devidamente computados. Apesar disso, em 2002, um estudo nas capitais brasileiras, com utilização de um fator de correção, permitiu identificar que o abortamento correspondia à terceira causa de morte materna (11,4%). Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão integrativa da literatura visando identificar o perfil das mulheres que praticam o aborto no Brasil. Materiais e Métodos: Estudo descritivo baseado na Pesquisa Nacional de Aborto (PNA) de 2016 aliado a pesquisa integrativa na literatura com coleta de dados nas bases Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Pubmed e Google Acadêmico. As palavras-chave utilizadas foram “aborto”, “subnotificação” e “aborto provocado” e suas correspondentes em inglês: “abortion”, “underreporting” e “provoked abortion”. Resultados: Estima-se cerca de 250 mil internações para tratar complicações do aborto de acordo com Ministério da Saúde no Brasil. Das 2.002 mulheres alfabetizadas entre 18 e 39 anos entrevistadas pela Pesquisa Nacional de Aborto (PNA 2016), 13% já fez ao menos um aborto. As taxas são maiores nos municípios com mais de 100 mil habitantes (13%) do que com menos de 20 mil (11%). Taxas são maiores entre mulheres com baixa escolaridade (22%), entre aquelas com nível médio ou superior (11%). O principal método utilizado é o medicamentoso (48%). Cerca de metade das mulheres são internadas para finalizar a pratica abortiva (48%). Mulheres nas regiões Norte/ Centro-Oeste e Nordeste (15% e 18%) apresentam taxas maiores do que Sudeste e Sul (11% e 6%). Renda familiar total mais baixa (até 1 salário-mínimo – S.M., 16%) é maior que em rendas com mais de 5 S.M., 8%). Índices em amarelas, pretas, pardas e indígenas (13% a 25%) são maiores do que entre brancas (9%). E entre as que hoje têm filhos (15%) são maiores em relação as que nunca tiveram (8%). Conclusão: Baseando-se nos dados, a prática do aborto induzido é mais presente entre as mulheres com baixa escolaridade, pretas, pardas e indígenas nas regiões Norte e Nordeste. Destaca-se que o método abortivo mais usado é o medicamentoso. Portanto, O PNA, demonstrou a magnitude do problema que é o aborto no país, e consequentemente sua subnotificação.