Panorama epidemiológico da dengue em Goiás nos últimos 10 anos
Palavras-chave:
Dengue. Epidemiologia. MortalidadeResumo
Introdução: Entre as doenças reemergentes em países tropicais e subtropicais, a dengue é a principal (artigo 2). Trata-se de uma doença febril aguda de caráter epidêmico cujos surtos ocorrem anualmente em quase todas as regiões do Brasil. Tem evolução benigna na forma clássica, mas grave quando se apresenta na forma hemorrágica, podendo rapidamente levar à morte (ministério e artigo 4). Fatores como a infestação do país pelo vetor, a suscetibilidade da população, o crescimento não planejado dos territórios e a falta de saneamento, de conscientização e de cuidado da população contribuem para a disseminação do Aedes aegypti e, paralelamente, dos vírus causadores da dengue (artigo 4). Objetivo: Descrever o panorama epidemiológico da dengue no estado de Goiás entre os anos de 2009 a 2018, segundo o número de internações e de óbitos e a taxa de mortalidade pela doença. Material e método: Estudo quantitativo com delineamento transversal de base populacional. Foram considerados todos os casos de internações em Goiás, no período de 2009 a 2018, por dengue clássica e hemorrágica, bem como o número de óbitos e a taxa de mortalidade pela doença. Os dados foram retirados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), disponível no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e posteriormente organizados e analisados por meio de frequência relativa ou absoluta. Resultados: No período estudado ocorreram 52.345 internações em Goiás por dengue em sua forma clássica ou hemorrágica. O maior número de internações ocorreu no ano de 2010 (18,7%), seguido pelo ano de 2015 (18,1%). Nos dois anos subsequentes ocorreu redução importante do número de internações, com 7,7% em 2016 e 6,3% em 2017. Em 2018, porém, as internações voltaram a aumentar, representando 9,4% nos dez anos de estudo. O número de óbitos pela doença foi de 226, sendo maior nos anos de 2015 (18,1%) e 2018 (15,0%), e menor no ano de 2009, com apenas 1,8% do total de óbitos. A taxa de mortalidade foi maior no ano de 2012, com 0,91 óbito/100.000 habitantes, o que vai de encontro ao número de internações, que representaram apenas 3,4% do total no mesmo ano. A menor taxa de mortalidade foi verificada em 2009, com 0,12 óbito/100.000 habitantes. Conclusão: A dengue é uma arbovirose potencialmente grave e constitui um problema de saúde pública no Brasil. Embora seu curso seja benigno na maior parte dos casos, a forma hemorrágica pode levar ao óbito. Entre 2009 e 2018 o número de internações e de óbitos e a taxa de mortalidade pela dengue oscilaram, caracterizando períodos de surtos importantes. Diante do panorama epidemiológico da dengue no Brasil e por se tratar de uma doença reemergente e prevenível, faz-se necessário que ações de vigilância e educação em saúde sejam implementadas com vigor, para que o combate ao vetor torne-se prática comum entre a população e não um comportamento emergencial e assim os números de casos e óbitos pela doença diminuam.