Correção cirúrgica de hipertrofia de lóbulo auricular
Palavras-chave:
Orelha externa. Cirurgia plástica. Hipertrofia. Procedimentos cirúrgicos otológicos. Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos.Resumo
Introdução: A hipertrofia do lóbulo auricular evidencia-se com o envelhecimento, em especial nos indivíduos caucasianos, pela perda natural de fibras elásticas e de colágeno, causando flacidez no lóbulo. Isto incrementa o tamanho auricular, acarretando em prejuízos tanto estéticos quanto psicológicos para o paciente, que pode vir a desejar sua correção cirúrgica. Objetivo: Discutir algumas das técnicas cirúrgicas mais comumente utilizadas para correção de hipertrofia de lóbulo auricular e conhecer seus benefícios para o paciente. Material e método: Revisão de literatura feita a partir de busca nas plataformas Scielo e PubMed utilizando os termos “hipertrofia”, “lóbulo auricular”, “correção cirúrgica” e “lobuloplastia” em português e inglês. Resultados: O comprimento do lóbulo auricular é geralmente 25-30% do comprimento total da orelha. Seu aumento pode ser de origem genética, pelo uso de adornos pesados ou pelo próprio envelhecimento, pois há uma flacidez fisiológica que aparece com a idade. A perda da quantidade de colágeno e elastina resulta em um lóbulo com aparência alongada e enrugada. Recomenda-se que a correção cirúrgica seja feita quanto o lóbulo exceder 33% do comprimento total da orelha; abaixo disso, tratamentos menos invasivos podem ser feitos com aplicação de ácido hialurônico ou transferência de gordura. Faial e Pinnock descrevem uma simples técnica usada para correção da hipertrofia do lóbulo auricular. Nela, marcam-se três pontos, delimitando um ângulo com proporções variadas dependendo do tamanho do lóbulo. O primeiro ponto é feito na inserção do lóbulo da orelha na face, o segundo é feito no ponto médio do lóbulo e o terceiro, no ponto mais inferior da borda livre do lóbulo, o que mantém seu desenho final com um tamanho razoável. Em seguida é feita a excisão da área triangular resultante e suas bordas são aproximadas. Em 1962, Stark descreveu uma técnica utilizando uma ressecção em forma de meia-lua acompanhando a borda inferior do lóbulo, e sua técnica foi adaptada por diversos cirurgiões ao longo dos anos, inclusive Pitanguy. Silveira descreve uma técnica onde há ressecção de tecidos do lóbulo por meio de uma incisão a qual é descrita como de “formato de V quebrado”, utilizada para pacientes com hanseníase. Além destas, outras técnicas foram descritas, como a técnica de Joseph, de Eitner, Tanzer, entre outras. Destaca-se a importância da preocupação estética quanto ao posicionamento da cicatriz para que ela fique o menos evidente possível e para que o tamanho do lóbulo não fique menor que o normal, de forma a proporcionar maior naturalidade de resultados. A correção de hipertrofia de lóbulo auricular deve ser considerada também em casos onde esta está associada com defeitos no pavilhão auricular, importante para o sucesso da otoplastia. Reitera-se que a escolha da técnica deve basear-se sobretudo na sua eficácia, como também na simplicidade de seu desenho e reprodutibilidade, o que implica na diminuição da possibilidade de complicações, como deiscência, mal posicionamento, alargamento e necrose tecidual. Conclusão: A melhora de aspectos estéticos está amplamente associada com a melhora de aspectos psicológicos dos pacientes, como o aumento de auto-estima e autoconfiança, por corrigir aspectos que comprometem as proporções da face. Mesmo sendo um procedimento simples, a correção cirúrgica da hipertrofia do lóbulo auricular proporciona ótimos resultados, contribuindo para a harmonização facial.