Punção aspirativa por agulha fina em nódulos tireoidianos e seu valor diagnóstico para o câncer

Autores

  • Luiz Worney da Fonseca Neto
  • Débora Vieira Jacinto
  • Renata Garcia de Napoli
  • Paulo Vitor Carvalho Dutra
  • Kálita Oliveira Lisboa
  • Jalsi Tacon Arruda

Palavras-chave:

Neoplasias. Nódulo da glândula tireoide. Biópsia por agulha. Biópsia por punção.

Resumo

Introdução: Nódulos tireoidianos são facilmente descobertos na prática clínica, com uma prevalência próxima de 10% na população adulta, existindo uma maior prevalência quando os estudos levam em consideração o diagnóstico por ultrassonografia. Os nódulos retratam a manifestação fundamental de um grande número de doenças tireoidianas e a maior parte dos acometidos apresentam doença benigna. Entretanto, apesar de os nódulos tireoidianos geralmente serem benignos a abordagem diagnóstica propõe-se a excluir a malignidade, que se verifica em 5% a 15% dos casos (sendo que destes, 95% diz respeito ao carcinoma bem diferenciado), uma vez que em algumas pessoas a neoplasia de tireoide é capaz de se constituir como uma patologia agressiva e desafiadora para os estudos vigentes. Objetivo: Analisar a relevância da Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) para descartar o diagnóstico de câncer em nódulos tireoidianos. Material e método: Realizou-se uma revisão integrativa de literatura. Como fonte de dados foram pesquisados artigos científicos indexados nas plataformas SCIELO e Google Acadêmico, publicados entre 2015 e 2019, utilizando “diagnósticos”, “punção” e “tireoide” como descritores. Resultados: A alteração do estado de saúde decorrente de um câncer é acompanhada por inúmeras representações de ordem biopsicossocial em razão da evolução e prognóstico da doença. As estimativas evidenciam aumento gradativo de casos novos de câncer diagnosticados anualmente em âmbito mundial. O reconhecimento de um nódulo, palpável ou não, em tireoide, tem como recomendação mundial efetuar a PAAF para tornar claro e compreensível o diagnóstico precoce e dar subsídio para o planejamento terapêutico. A PAAF é a retirada de material obtido por uma agulha transdérmica, introduzida num local específico, num órgão ou tecido, para análise subsequente do material colhido. O exame é confirmadamente um procedimento efetivo para diagnóstico citopatológico de lesões tireoidianas, empregado por ter uma relação custo/benefício conveniente e por proporcionar uma determinação terapêutica. A realização de biópsias é indicada em nódulos com tamanho maior que 1cm ou com imagem suspeita. A avaliação dos nódulos tireoidianos objetiva principalmente distinguir lesões benignas e malignas visando o potencial tratamento conservador dos nódulos benignos e a indispensabilidade de intervenção agressiva nas lesões malignas. A PAAF é o procedimento de escolha elementar para descartar malignidade em nódulos tireoidianos, sendo preciso, pouco invasivo, de elevada sensibilidade (65% a 99%) e especificidade (72% a 100%). Tipicamente a PAAF é aplicada para auxílio diagnóstico após avaliação com história clínica, exame físico, provas de função laboratoriais e ultrassonografia. A PAAF é o melhor exame para diferenciar nódulos no pré-operatório e o melhor método complementar para o diagnóstico citológico do nódulo, cujos benefícios superam em muito as desvantagens. Conclusão: A PAAF é um método de triagem para portadores de nódulo tireoidiano, distinguindo pacientes que podem ser beneficiados com esse procedimento evitando cirurgias dispensáveis. A PAAF reduziu a tireoidectomia pela metade, pois a maioria dos resultados do material aspirado é conclusivamente diagnosticado como citologia benigna.

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Publicado

2020-02-26

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG