Inibidor da dipeptidil peptidase-4 no diabetes mellitus tipo 1: proteção renal

Autores

  • Ana Clara Hajar
  • Beatriz Nogueira Porto
  • Cassiano Coelho de Almeida
  • Vinícius Fleury Barcelos
  • Olegário Indemburgo da Silva Rocha Vidal

Palavras-chave:

Diabetes mellitus tipo 1. Linagliptina. Fosfato de sitagliptina. Nefropatia.

Resumo

Introdução: Diabetes mellitus é uma doença grave já que aumenta o risco de complicações cardiovasculares. Essa injuria cardiovascular atinge principalmente dois órgãos, olhos e rins, fazendo com que a nefropatia diabética se tornasse uma das complicações mais comuns em pacientes diabéticos. A principal lesão histológica renal é causada por mudanças na matriz extracelular (MEC) que se acumula resultando em expansão mesangial, fibrose tubulointersticial e deterioração irreversível da função renal. Entre as drogas antidiabéticas, os inibidores da dipeptidil peptidase-4 (iDPP4), principalmente a sitagliptina, se destacam no papel benéfico que exercem sobre a nefropatia diabética de indivíduos com diabetes mellitus 2 (DM2). Objetivo: Analisar os efeitos de proteção renal dos iDPP-4 em indivíduos com DM1 e os prováveis mecanismos responsáveis por essa proteção. Material e método: trata-se de uma revisão integrativa da literatura. A busca foi feita nas bases de dados Public Medlines (Pubmed) e Google Acadêmico utilizando os descritores “type 1 diabetes mellitus”, “dipeptidyl peptidase-4 inhibitors” e “diabetic nephropathy“. Foram obtidos 15 resultados, dos quais foram incluídos para análise aqueles publicados a partir de 2015 e com maior rigor científico, obtendo-se 10 artigos. Resultado: A linagliptina reduziu as taxas de albuminúria e protegeu o endotélio renal do efeito deletério da hiperglicemia. A sitagliptina atenuou a nefropatia diabética em ratos portadores de DM1 induzida, inibindo significantemente a proteinúria de 24 horas, lesão renal e fibrose. Esse princípio ativo consegue inibir o nível de expressão do fator de crescimento transformante β1 (TGF- β1) e de outros fatores relacionados com a fibrose de tecido renal em ratos com DM1. O TGF- β1 ativa dois mediadores, Smad-2 e Smad-3, para exercer suas atividades biológicas como produção de MEC, que é regulada negativamente pelo Smad-7, um Smad inibidor. A sitagliptina é capaz de inibir a sinalização de TGF- β1/Smad-3 e ativar a expressão de Smad-7 aliviando assim a fibrose renal diabética. Conclusão: os iDPP4, por meio da inibição da sinalização de TGF- β1/Smad-3 e da ativação da expressão de Smad-7, reduzem a produção de MEC e consequentemente reduzem a fibrose renal, exercendo uma ação benéfica sobre a nefropatia diabética no indivíduo com DM1.

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Publicado

2020-02-19

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG