A importância da avaliação multidimensional na dor oncológica
Palavras-chave:
Dor. Neoplasia. Avaliação.Resumo
Introdução: As neoplasias constituem atualmente uma das principais causas de morte relacionadas às doenças crônicas não transmissíveis. A dor acomete 60 a 80% dos pacientes, chegando a 70 a 90% na doença avançada. O quadro crônico, difuso e multifatorial, frequentemente é associado ao tumor primário, à metástase e aos procedimentos diagnósticos e de tratamento. Admite-se que a dor oncológica exerce grande impacto no indivíduo nos níveis físico, psicológico, espiritual e social, podendo acarretar o agravamento do prognóstico, a redução da autonomia e a perda da qualidade de vida. Considerando sua complexidade, o manejo apropriado deve abordar uma avaliação individualizada e multidimensional, visando a caracterização da dor, a determinação dos fatores desencadeantes, dos efeitos nas funções e atividades de vida diária e da influência em outros sintomas, possibilitando uma melhor definição das estratégias de controle disponíveis. Objetivo: Avaliar a abordagem multidimensional na dor oncológica. Material e método: Tratase de uma revisão integrativa de literatura. Foram utilizados os seguintes descritores: “Dor oncológica”, “Oncologia”, “Tratamento para dor oncológica” e “Abordagem em dor oncológica”. Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: publicação em português, inglês e espanhol, que abordassem a temática referente à revisão integrativa e artigos publicados e indexados nos referidos bancos de dados nos últimos 10 anos. A busca primária foi realizada nas bases de dados Medline, Google Acadêmico e na biblioteca virtual Scielo, no período de 2 meses. A análise dos estudos selecionados foi realizada de forma descritiva, sendo possível observar, descrever e classificar os dados, com o intuito de agrupar o conhecimento produzido sobre o tema procurado na revisão. Resultados: Como resultados desta pesquisa, destaca-se a importância dos profissionais de saúde na assistência direcionada ao paciente oncológico, onde, o principal sintoma é a dor. Para o seu controle efetivo, é necessária habilidade técnica e científica e uma assistência humanizada. Observouse em diversos estudos, que o câncer por si só causa transtornos, e que a dor, quando não aliviada, os agrava. O tratamento da dor vai além de métodos farmacológicos, envolvendo aspectos psicológicos, físico e social, com auxílio de uma equipe multidisciplinar. Cada profissional contribui com técnicas específicas nos cuidados necessários, promovendo uma assistência completa. Diversos estudos mostraram a importância dos enfermeiros nesse processo, visto que eles possuem um contato direto com o paciente e estão atentos a alterações comportamentais. Em outros artigos, foi apontada a dificuldade enfrentada pelos mesmos durante a avaliação da dor. Por fim, alguns autores também citaram a importância de um psicólogo para trabalhar a autoestima e autonomia do paciente, reforçando a fé e fortalecendo vínculos, proporcionando a superação e alívio da dor. Conclusão: A partir dos trinta artigos analisados, pôde-se concluir que, com a presença de uma equipe multidisciplinar, é possível promover uma maior e mais abrangente assistência dos pacientes com dor oncológica, contemplando os mais diversos aspectos físicos, psicológicos e sociais. Ademais, notou-se a necessidade de uma atenção efetiva do sintoma, por parte desses profissionais, objetivando seu alívio e evitando sua piora.