Palhaço no hospital de queimaduras: uma pitada de alívio para um queimad

Autores

  • Isabela de Moura Rosa
  • Lígia Sant’Ana Dumont
  • Eduardo Henrique Mendes Rezende
  • Amanda Rassi
  • Matheus Vallim Machado
  • Luciana Caetano Fernandes

Palavras-chave:

Queimaduras. Estudantes de Medicina. Hospitalização. Comunicação.

Resumo

alguém capaz de trazer esperança. Objetivo: Relatar a experiência dos estudantes de Medicina do projeto de extensão Doutores da Gargalhada na abordagem de uma paciente queimada. Relato de experiência: Ao chegar na porta do quarto, a primeira coisa que recebemos foi um olhar de profunda tristeza. A paciente, com queimaduras de terceiro grau, estava internada porque a filha esquizofrênica, durante um surto, jogara uma panela de água quente em seu rosto e corpo. Aquele olhar, com um mar profundo cheio de pesar, provavelmente abrigava a dor da doença da filha, o fato dela se transformar em outro ser durante o surto, a dor de estar desfigurada e a dor das queimaduras. Tudo isso e muito mais naquela paciente, e a única coisa que conseguíamos fazer era olhar e sorrir. Depois da paciente contar a história, respiramos fundo, pegamos na mão dela e falamos que cantaríamos uma música. Isso era a única coisa plausível de se fazer, porque nem saber o que falar diante da história nós sabíamos. Nosso trabalho lá não era ressaltar o que havia de ruim na vida dela. Estávamos lá para ouvi-la, mas o objetivo principal era mostrar para ela que, mesmo quando tudo parece estar perdido, ainda há detalhes na vida que merecem nossa atenção e que nos trazem felicidade. Cantamos, fizemos piadas e brincadeiras e compartilhamos sorrisos. Obviamente, não conseguimos mudar o grau das queimaduras, nem a esquizofrenia da filha, muito menos as partes desfiguradas da paciente. Porém, de uma coisa saímos de lá tendo certeza: o que fizemos trouxe alívio ao coração daquela mulher, e tornou o dia - possivelmente tenebroso – um pouco menos dolorido. Discussão: Por meio desse relato, pode-se perceber a importância de projetos de extensão no curso de Medicina que viabilizam uma maior integração médico-paciente, além de auxiliar na capacidade do discente de entrar em contato com experiências de impotência, medo e ansiedade que abalam tanto o paciente, quanto o próprio acadêmico. Outro aspecto importante a ser ressaltado é a importância da humanização do ensino médico, aumentando assim a habilidade de comunicação e a saúde mental dos estudantes do curso, visto que tal prática resgata o afeto, a sensibilidade e a empatia nas relações com os pacientes. Acrescido a isso, estudos recentes demostraram que a visita de palhaços ou de outros indivíduos auxiliam na recuperação dos doentes por meio da redução da ansiedade e da depressão desses pacientes hospitalizados. Conclusão: Dessa forma, podemos pontuar a importância dessa experiência para o crescimento da capacidade de humanização dentro do curso de Medicina e a importância social que essa forma de ação apresenta. Durante a ação, muitas vidas foram impactadas, tanto dos estudantes, quanto da paciente

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Publicado

2020-02-26

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG