Influência da evolução do lúpus eritematoso sistêmico nos aspectos psicológicos dos pacientes lúpicos
Palavras-chave:
Lúpus eritematoso sistêmico. Sistema nervoso central. Transtornos mentais.Resumo
Introdução: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença crônica inflamatória autoimune com manifestações multissistêmicas, baseada na superprodução de autoanticorpos e falha dos mecanismos de imunorregulação. Por ter cronicidade, o aspecto psicossomático é prevalente, ressaltando a ansiedade, depressão, alterações emocionais e na qualidade de vida. Dessa forma, é importante a análise da interrelação entre os distúrbios psicológicos e a evolução da doença lúpica. Objetivo: Discutir a influência do desencadeamento e evolução do LES nos aspectos psicológicos dos pacientes lúpicos. Material e Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Foram selecionados 20 artigos sendo 13 escritos em inglês e 7 em português, no período de 2014 a 2019, nas plataformas de pesquisa US National Library of Medicine (PubMed), Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Scientific Eletronic Library Online (Scielo) por meio dos descritores em ciências da saúde “Lúpus Eritematoso Sistêmico”; “Sistema Nervoso Central”; “Transtornos Mentais”. Resultados: De acordo com a literatura, percebe-se que as alterações psicológicas em pacientes lúpicos decorrem, principalmente, da atividade da doença no Sistema Nervoso Central e com isso afeta o processo de evolução do LES. Foi constatado que 40% dos pacientes que estavam na fase aguda da doença apresentava ansiedade e depressão, enquanto apenas 10% dos pacientes na fase inativa da doença apresentavam sintomas psiquiátricos. Além disso, a falta de conhecimento e orientações sobre os sintomas físicos que aparecem na fase de ativação da doença causam impotência, receio da morte, mudanças no planejamento familiar, depressão e ansiedade. A aparência é mudada durante as crises, podendo ocorrer manchas vermelhas na pele, em formato de asa de borboleta e erupções cutâneas na boca, isso leva a diminuição da autoestima e possibilita o surgimento de depressão, assim como a formação de pensamentos suicidas. Ademais o aumento da corticoterapia, com o uso de glicocorticóides, decorrente da evolução na fase ativa da doença pode ocasionar alterações psiquiátricas como distúrbios emocionais e de personalidade bem como dificuldades de concentração. Ao analisar pacientes na fase de não repressão da doença, observaram que a presença de alguns anticorpos específicos, como anti-ribossomo P e anti-neuronais, causam lesões neurodegenerativas bem como modificações nos neurotransmissores, assim possibilita diminuição do desenvolvimento cognitivo de pacientes lúpicos, ao quadro de convulsões, cefaleia, síndrome orgânica cerebral e psicose. Observa-se que o LES se apresenta, inicialmente, com alterações psicológicas sutis como leves disfunções cognitivas ou discretas alterações do comportamento e se manifesta com alterações mais complexas ao longo da evolução na forma ativa de expressão da doença. Conclusão: Logo, percebe-se que a fase ativa de evolução da doença apresenta significativas alterações psicológicas de forma a ressaltar a necessidade de investir em diagnósticos precoces da doença, orientações aos pacientes a respeito dos fatores influenciadores na ativação do LES além de instruir sobre cuidados adequados com a saúde e hábitos de vida que possibilitam uma melhor qualidade de vida do paciente lúpico.