O suicídio de profissionais médicos: quais fatores influenciam?
Palavras-chave:
Suicídio; Médicos. Saúde Mental. Educação MédicaResumo
Introdução: O suicídio é considerado um problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde. Nos últimos anos, as taxas de suicídio levaram-se substancialmente no Brasil. Nesse contexto, destaca-se o aumento na taxa de suicídio em médicos, conhecida por ser mais elevada do que a da população em geral, devido, em partes, às comorbidades de saúde mental e estressores psicossociais presentes no cotidiano dessa classe profissional. Objetivo: Apontar os fatores que influenciam o contexto do suicídio dentro da classe médica. Material e Método: Realizou-se uma revisão integrativa de literatura com base em pesquisas nas plataformas The Scientific Electronic Library Online (Scielo), Us National Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed) e Periódicos Capes utilizando os descritores Ciências da Saúde (DeCs) “suicídio”, “médicos”, “saúde mental”, “educação médica” e seus correspondentes em inglês. Pré-selecionou-se trinta e oito artigos dentro do intervalo de 20152019. Após isso, eliminou-se dez dos trinta e oito artigos por não abordarem os fatores que influenciam o suicídio desses profissionais da área da saúde ou por abordarem o suicídio apenas em acadêmicos do curso de medicina. Contando essa revisão integrativa, portanto, com vinte e oito artigos. Resultados: O contexto que permeia o suicídio entre os profissionais médicos mostra-se complexo e, altamente, influenciado por fatores ambientais e pessoais. Com relação a essa junção de fatores que podem influenciar a ideação e o comportamento suicida, transtornos psiquiátricos, como depressão, transtornos de ansiedade e abuso de substâncias, dentro dos fatores pessoais, e questões relacionadas às condições de trabalho, pressão psicológica, alta carga de trabalho, etc., dentro dos fatores ambientais, mostram-se presentes na maioria dos casos. Esses estressores podem influenciar negativamente o desempenho profissional, a saúde física e o bem-estar psicológico dos médicos, tornando-os mais vulneráveis emocionalmente. Portanto, nota-se crucial para a decisão de se suicidar a combinação entre as circunstâncias da vida, a saúde mental do indivíduo e eventos estressantes. Além disso, pontua-se como aspecto facilitador do fenômeno nesta população o conhecimento científico desenvolvido, a disponibilidade e a oportunidade de acesso a meios de cometer o ato suicida. Conclusão: Portanto, é consenso que a decisão de se suicidar dentro da classe médica resulta de um conjunto de fatores externos, orgânicos e circunstanciais. Destaca-se como fator de maior incidência para esse ato, os transtornos psiquiátricos. Além do mais, o fácil acesso e o maior conhecimento sobre o funcionamento fisiológico humano podem contribuir para a efetivação do ato suicida. Além do mais, percebe-se que a imagem social de equilíbrio e de apoio dificulta a solicitação de ajuda pelos médicos, impedindo a identificação dos transtornos e o auxílio com relação às insatisfações com a própria vida e às ideações suicidas nessa população.