Relato de experiência conjunta entre ligas acadêmicas numa ação sobre câncer cerebral e demências

Autores

  • Guilherme Antonio Caixeta Issa
  • Geovana Pereira da Souza Luz
  • Yago José Fagundes de Freitas
  • Naiza Murielly Pereira Borges
  • Guilherme Nassif Correa
  • Jalsi Tacon Arruda

Palavras-chave:

Relação pacientemédico. Conduta médica. Consulta clínica. Extensão.

Resumo

Introdução: a graduação baseia-se em três eixos principais que são o ensino, a pesquisa e a extensão. Desse modo, não há dúvidas de que a extensão apresente importante aplicação do contato do acadêmico com a comunidade. Esse contato é fundamental para que o aluno compreenda a realidade do lugar em que atua e assim tornar-se capaz de transformá-lo. Assim, com o objetivo de entender e modificar a realidade da comunidade da Unidade Básica de Saúde (UBS) Itamaraty as ligas de Psiquiatria (LAPSU) e de Oncologia (LAONCO), desenvolveram uma ação sobre câncer no cérebro e a ocorrência de demências. Essa ação teve como foco os idosos da comunidade, tendo em vista que 70% dos casos de câncer acontecem depois da terceira idade e que devido ao aumento dessa faixa etária haverá um aumento significativo nos casos de demência, segundo a Organização Mundial da Saúde. Relato de experiência: ação estruturou-se na conscientização sobre a ocorrência de câncer no cérebro e sobre as demências. Em um primeiro momento, houve a distribuição de panfletos com ilustrações explicativas que conscientizavam sobre o que era o câncer, como ele surge e quais são suas consequências. Logo depois, foi feita uma discussão sobre a temática. Ademais, as ligas falaram sobre as demências, discutindo sua causa, incidência e como elas tendem a ocorrer de forma mais precoce e intensa em pessoas com a mente sedentária. Em seguida, com intuito de combater esse sedentarismo mental, as ligas distribuíram atividades que continham caça-palavras e palavras. Discussão: o grande diferencial dessa ação foi a proximidade desenvolvida entre os acadêmicos e os pacientes, visto que, as atividades propiciavam um ambiente mais intimista na UBS. Os alunos ao sentarem-se ao lado dos pacientes para ensinar-lhes a fazer as palavras-cruzadas e os caça-palavras ou para ajudar, criavam uma sensação de proximidade, a qual deixava as pessoas mais à vontade para perguntar e tirar suas dúvidas sobre a temática desenvolvida. Em alguns momentos as pessoas perguntavam sobre o câncer no cérebro, temática trabalhada anteriormente, durante a atividade de demências, o que demonstra que a proximidade gera intimidade e permite mais liberdade ao paciente para questionamentos, e essa intimidade foi necessária para que muitas daquelas pessoas ali presentes se interessassem e absorvessem o conteúdo da ação. Esses episódios demonstraram que a ações das ligas deveriam ser reestruturadas de forma que essa proximidade fosse sempre atingida, como foi observado na parte da ação que não houve esse elemento não foi tão efetiva quanto desejado. Outra observação importante foi que ela ocorreu no horário de almoço, em sua maior parte, e por essa razão muitos dos alunos não utilizaram jalecos. Contudo, o que pareceria ser um disparate, acabou tornando-se algo positivo tendo em vista que as pessoas também se sentiram mais à vontade com os acadêmicos que não usavam jaleco, demostrando uma clara evidência da ‘’Síndrome do jaleco branco’’. Conclusão: muito se fala sobre a proximidade com o paciente, porém pouco se faz para que isso ocorra, principalmente, quando se trata do meio acadêmico. Os eventos ocorridos nessa ação são um relato dessa constatação. Assim, a grande lição para os acadêmicos foi a necessidade de reestruturar os projetos de extensão na comunidade, fazendo que eles se tornem mais intimistas, isto é, deixando que a pessoa se sinta à vontade para aproveitar todo o conteúdo ou procedimento oferecido pelas ligas.

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Publicado

2020-02-26

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG