Principais desafios do paciente LGBT na atenção primária de saúde

Autores

  • Gabriela Garcia Vieira da Silva
  • Júlia Pina Vieira dos Santos
  • Gisela Gomes Fraga
  • Caroline Almeida Resplande
  • Bianca Mendonça Reis
  • Constanza Thaise Xavier Silva

Palavras-chave:

Homosexuality. Public policies. Primary health care. Homophobia.

Resumo

Introdução: A saúde lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais (LGBT) é apontada como vulnerável mesmo com a criação de algumas políticas públicas que garantem o acesso e a inclusão desse grupo na saúde. Assim, apesar de um aumento da conscientização sobre a homossexualidade e as necessidades de saúde desses pacientes é frequente um atendimento discriminatório e heteronormativo prestado pelos profissionais de saúde. Objetivo: Descrever os principais desafios encontrados em paciente LGBT na atenção primária de saúde. Material e Método: Este trabalho trata-se de uma revisão integrativa da literatura nos bancos de dados Public Medline (PubMed), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Scientific Eletronic Library Online (Scielo), com a pesquisa dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): "Homosexuality", "Primary Health Care", "Public Policies" e "Homophobia". Foram utilizados 15 artigos originais, escritos em língua inglesa e língua portuguesa, com os anos de publicação entre 2012 e 2019. Resultados: A prática de saúde de acordo com conceitos heteronormativos acarreta efeitos negativos sobre a qualidade dos cuidados prestados as minorias sexuais, contribuindo para um maior distanciamento dessa população com a saúde primária. A falta de informações sobre as necessidades da população LGBT por parte dos profissionais faz com que esses não se sintam capazes para prestar serviços efetivos a esta população. Desse modo, a fragilidade do profissional durante atendimento gera cada vez menos confiança por parte do paciente LGBT, possibilitando uma maior exclusão e violência simbólica, diferente daquilo que é pregado pelas políticas públicas de saúde. Assim, eles atrasam ou evitam procurar assistência médica quando precisam por causa da discriminação percebida dentro dos cuidados de saúde. Com isso, construir uma política de atenção integral à saúde continua sendo um desafio, já que necessita que se amplie a percepção do que se compreende por direitos sociais, reprodutivos e o reconhecimento das diversas possibilidades de constituição humana e do exercício da sexualidade. Dessa forma, as diretrizes das políticas de saúde propostas pelo Ministério da Saúde para a população LGBT estão voltadas para mudanças na determinação social da saúde, com vistas à redução das desigualdades relacionadas à saúde desses grupos. Em suma, as diretrizes do SUS reafirmam o compromisso com a universalidade, com a integralidade, com a efetiva participação da comunidade e maior visibilidade e acolhimento da comunidade LGBT. Conclusão: Evidencia-se que a barreira da discriminação dificulta ou até impede que pessoas de minoria sexual procure o atendimento de saúde. Dessa forma, essa comunidade carece de profissionais de saúde mais bem preparados, que conheçam melhor as problemáticas específicas enfrentadas por LGBT, o que implica numa aprendizagem continuada que inclua pautas sobre as políticas públicas de orientação sexual, sexualidade humana e identidade de gênero. Faz-se também necessário uma atenção específica, de acordo com as singularidades dos sujeitos que buscam assistência, já que orientação sexual e a identidade de gênero são importantes determinantes do processo saúde-doença. Ademais, há uma escassez de pesquisas a respeito desse tema, o que impossibilita um conhecimento avançado sobre o real estado de saúde de pacientes LGBT, além de acarretar uma maior dificuldade para melhoria das diretrizes das políticas públicas já existentes.

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Publicado

2020-02-26

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG