Ação educativa sobre infecções sexualmente transmissíveis com mulheres em uma casa de recuperação de dependência

Autores

  • Guilherme do Vale Bessa
  • Daniele Belizário Bispo
  • Camila França Arruda
  • Valesca Naciff Arias
  • Ana Laura Carvalho Almeida
  • Luciana Caetano Fernandes

Palavras-chave:

doenças sexualmente transmissíveis. Usuários de drogas. educação em saúde.

Resumo

Introdução: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são disseminadas principalmente através de relações sexuais desprotegidas com uma pessoa infectada. Em menor frequência, também são transmitidas na gestação, no parto ou por meio da partilha de seringas contaminadas. Essas doenças representam um grande desafio à saúde pública, já que acometem cerca de 340 milhões de pessoas por ano no mundo. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de medicina, membros da Liga Acadêmica de Clínica Médica e Propedêutica (LACLIMP), em uma ação abordando a prevenção e os cuidados com as ISTs com mulheres de uma casa de recuperação de dependência química. Relato de experiência: A ação educativa aconteceu na Casa de Recuperação Estrela de Davi, dia 6 de abril de 2019, das 9 às 11 horas, tendo um público-alvo de aproximadamente 30 mulheres. Previamente à ação, houve uma capacitação pelos psicólogos responsáveis pelo local, que orientaram quanto às características das internas e a respeito dos problemas mais comuns, citando a prevalência de ISTs. Após estas orientações, os estudantes pesquisaram a respeito das formas de prevenção e de cuidados com as ISTs e elaboraram um questionário sobre o assunto, contendo 10 assertivas para definirem se eram verdadeiras ou falsas. Assim, a ação foi iniciada pelo teste, a fim de avaliar os conhecimentos das participantes a respeito do tema. Essa etapa foi relevante para direcionar as explicações dos discentes, abrangendo as principais dúvidas das internas. Desse modo, após a aplicação do teste, houve um momento de teorização, esclarecendo melhor sobre o assunto. Depois disso, todas receberam um chocolate como prêmio e houve um momento de integração e conversa entre os acadêmicos e as internas. Dessa forma, a ação foi de extrema importância tanto para as mulheres presentes, que puderam aprender mais sobre a prevenção e os cuidados com as ISTs, quanto para os estudantes, que puderam ter contato com uma realidade diferente e observar suas funções como agentes promissores de saúde, o que é relevante para a formação profissional de cada um. Discussão: Através desta atividade educativa, foi possível promover a educação em saúde e a prevenção de doenças, uma estratégia relevante, considerando-se que as ações preventivas são responsáveis por diminuir a incidência e o agravamento de doenças. Desse modo, a conscientização das pessoas a respeito dos riscos e das consequências de se adquirir ISTs é uma maneira eficaz de realizar prevenção em saúde. Ademais, o público-alvo escolhido, mulheres de uma casa de recuperação de dependência química, é justificado pela alta prevalência de ISTs em usuários de drogas ilícitas que, por sua vez, é decorrente do uso de injetáveis e dos elevados índices de prostituição nesse grupo. Isso pode ser notado em um estudo realizado nos Estados Unidos, com 266 usuários de crack, que encontrou resultados positivos para Herpes Vírus tipo 2 (53,3%), Vírus da Hepatite C (37,2%), da Hepatite B (33,5%), clamídia (4,5%), Vírus da Imunodeficiência Humana (4,1%) e outros. Conclusão: Dessa maneira, a ação atingiu o resultado esperado, já que as participantes demonstraram entender suas responsabilidades na prevenção e nos cuidados com as ISTs e os estudantes conseguiram contribuir com esse processo. Assim, a experiência foi positiva tanto para os acadêmicos, quanto para as internas, não tendo limitações significativas.

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Publicado

2020-02-26

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG