Análise das internações devido á realização do fechamento da comuniação interventricular e interatrial no Brasil entre 2010 e 2018
Palavras-chave:
Cardiopatias; Comunicação Interventricular; Comunicação Interatrial.Resumo
Introdução: A comunicação interventricular (CIV) e a comunicação interatrial (CIA) são as principais e mais prevalentes cardiopatias congênitas (CC). Estima-se que 20% dos lactentes morrem no primeiro ano de vida e que 30% não são diagnosticadas nas primeiras semanas de vida. A ecocardiografia possui extrema importância no diagnóstico e prognóstico das CC, seja fetal ou após nascimento. O fechamento das comunicações é o tratamento ideal, evitando futuras complicações, como: insuficiência cardíaca, arritmias e hipertensão pulmonar. Objetivo: Analisar as internações devido à realização do fechamento da comunicação interventricular e interatrial, com enfoque nos aspectos epidemiológicos, clínica cirúrgica e situação do estado de Goiás. Material e método: O estudo é quantitativo, retrospectivo e com delineamento transversal realizado no Brasil entre os anos 2010-2018, utilizando-se uma população de estudo nacional composta por ambos sexos, todas faixas etárias totalizando 17180 registros. Os dados foram obtidos através do sistema DATASUS, de ordem secundária, na categoria de base de dados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Os dados obtidos foram reorganizados e analisados por meio do programa SPSS 13.0. Foram utilizadas as variáveis: óbito e o tempo médio de permanência hospitalar. Resultados: Houve 13455 cirurgias para tratamento de CIA e 3725 de CIV entre 2010 e 2018 no Brasil. A média anual foi de 1908 procedimentos por ano, 51% corresponderam ao regime privado de atendimento. Observou-se que 69% dessas intervenções foram eletivas e que a média de tempo de internação por procedimento foi maior que 9 dias. Registraram 388 (2,2%) óbitos em relação a todos os procedimentos. O Estado de Goiás durante o mesmo período foi responsável por 1150 (6,7%) procedimentos, 38 (3,3%) desses pacientes faleceram, a média de permanência foi de menor que 8 dias. O Estado de Goiás foi responsável por 1150 (6,7%) das cirurgias de fechamento CIV e CIA em âmbito nacional, possuindo apenas 3,2% da população, porém obteve uma taxa de mortalidade maior que a nacional. Conclusão: Apesar de existir em Goiás uma quantidade relativamente satisfatória de procedimentos, observa-se um predomínio deles no setor privado 64% e apenas 14 procedimentos foram realizados pelo regime público, sendo bem menor em proporção aos realizados no território brasileiro na mesma data. Esse fato revela uma situação preocupante, uma vez que se sabe que grande parte da população depende do SUS para se tratar. Desse modo, fica evidente que essa conjuntura precisa ser revista, uma vez que os custos dos procedimentos são relativamente pequenos se comparado com as perdas sociais.