Obesidade infantil: os fatores predisponentes e comorbidades associadas
Palavras-chave:
Obesidade infantil; sobrepeso; nutrição da criança.Resumo
Introdução: A obesidade é uma preocupação significativa de saúde pública a nível mundial, devido ao aumento contínuo da prevalência, sobretudo, nos mais jovens. A partir disso, alguns fatores interferem decisivamente nesse panorama de alta morbidade, tais como: o estilo de vida contemporâneo, o sedentarismo e a carga hereditária, que atuam como gatilho ao aparecimento de doenças típicas desse perfil, que contribui para a manutenção dessa comorbidade. Objetivo: Estabelecer as causas da obesidade infantil e o aparecimento de patologias associadas. Material e método: O presente trabalho consiste em uma revisão integrativa da literatura realizada a partir de 10 artigos, publicados entre 2015 e 2018, obtidos nas plataformas PubMed, Google Acadêmico e Capes periódicos. Utilizou-se como descritores indexados no DeCS: obesidade pediátrica; sobrepeso; nutrição da criança e política pública. Os critérios utilizados para seleção dos artigos foram o ano de publicação do estudo, a relevância temática e o idioma utilizado (português ou inglês). Resultados: A obesidade é descrita como o acúmulo excessivo de tecido adiposo no corpo humano. Tal problema tem acometido cada vez mais crianças e adolescentes contribuído para o aparecimento de comorbidades, tais como: distúrbios metabólicos, endócrinos, cardiovasculares, pulmonares, gastrointestinais, psiquiátricos, hematológicos, além do desenvolvimento de neoplasias malignas. Paralelamente, sabe-se, também, que os hábitos de vida são moldados na infância e persistem durante a vida adulta. Dessa forma, a alimentação inadequada nessa fase pode comprometer o desenvolvimento fisiológico da criança. Assim, o papel da televisão e das novas tecnologias merece destaque, pois figuram como fatores determinantes na influência alimentar desses indivíduos, já que esses veículos padronizam hábitos alimentares muitas vezes pouco saudáveis e, assim, fortalecem esse panorama de desajuste alimentar na infância. Além disso, foi possível verificar que uma das comorbidades associadas a obesidade infantil é a redução da aptidão cardiorrespiratória. Notou-se que as alterações de peso na infância também estão relacionadas à predisposição a disfunções ortopédicas. Por fim, o crescente número de casos de obesidade tem dificultado o tratamento dos indivíduos que, em sua maioria, são dependentes do Sistema Único de Saúde (SUS) que, notadamente, possui recursos limitados e um financiamento falho. Conclusão: O aumento da obesidade infantil é uma situação preocupante no cenário atual. Diante dessa realidade, reconhecer que o sobrepeso na infância predispõe hipertensão, doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e distúrbios psicológicos, assim como identificar que o sedentarismo e a mídia também podem desestimular hábitos saudáveis, fomenta uma realidade em que investimentos públicos em saúde tornam-se indispensáveis. Em suma, enquanto não houver uma avalição crítica e reflexiva sobre essa epidemia do século XXI, tal doença continuará persistente.