Desafios da telemedicina no cenário brasileiro
Palavras-chave:
Telemedicina. Telessaúde. Brasil.Resumo
Introdução: Telemedicina e Telessaúde referem-se ao uso de tecnologias de telecomunicações e recursos interativos para dispor de atendimento de saúde de maneira efetiva à distância. Além disso, metodiza o atendimento em saúde, organizando o sistema de saúde. A Telemedicina já é uma realidade, embora haja vertentes contra este avanço. Assim, é essencial habituar a população e os médicos em conviver com essa nova forma de medicina. Objetivo: Identificar as principais barreiras à implantação da Telemedicina no Brasil, tendo como base os projetos já implantados no país. Material e método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, nas bases de dados Pubmed, Google Acadêmico e Scielo, com os descritores: Telemedicina, Brasil e Telessaúde; sendo 26 artigos entre os anos de 2015 e 2019. Resultados: Dentre as políticas governamentais cita-se o Programa Telessaúde Brasil que iniciou em 2007 e está presente em 23 estados brasileiros. A função primordial deste difere em relação as características epidemiológicas da população alvo. Tem-se no estado de Minas Gerais a implantação do serviço de eletrocardiograma à distância, já no Rio de Janeiro preza-se mais pelo serviço de radiologistas teleconsultores. Assim, estes exames são laudados por médicos especialistas colaboradores que estão inseridos em uma rede de atenção maior. A Rede Nacional de Ensino e Pesquisas (RNP) criou em 2006 a Rede Universitária de Telemedicina (RUTE), objetivando a interconexão de hospitais universitários no país. Propostas tem sido feitas para a implantação da Telemedicina. Pode-se perceber isso com o Programa de Requalificação das Unidades Básicas de Saúde que objetivou equipar as Unidades Básicas Saúde (UBS) com aparatos de informática. Em 2014, como reforço a este programa, a publicação de duas portarias pelo Ministério da Saúde (MS) estimulou as UBS a utilizarem os métodos de Telessaúde rotineiramente ao criar novos Núcleos de Telessaúde estaduais. Com isto, o MS implementa a estratégia de Telessaúde como uma ferramenta do Sistema Único de Saúde (SUS). Entretanto, há dificuldades na implantação efetiva, haja vista que a saúde do cidadão envolve além de aspectos monetários, os aspectos sociais e éticos. Desta forma, a atuação apenas do MS não é suficiente, uma vez que se necessita de uma grande articulação intersetorial com os polos de tecnologia, educação, inovação e ciência. O atual panorama da saúde brasileira denuncia essa falta de conexão. Assim, o papel do Estado no SUS seria de mediar os interesses econômicos com o bem-estar e a privacidade do cidadão. Ademais, com estabelecimento da Telemedicina deve-se ter um preparo prévio da população que irá receber esta inovação uma vez que há quebra dos parâmetros da atuação da medicina tradicional. A relação médico-paciente tão esperada por alguns pacientes, não será a mesma, visto que o suporte não será presencial. A difícil implantação permeia os aspectos éticos, uma vez que a privacidade, o consentimento, a segurança e a confidencialidade dos pacientes estão são parâmetros a se analisar neste novo panorama. Conclusão: o Brasil dispõe do SUS, que preza por equidade, igualdade e qualidade no atendimento. Tais valores são difíceis de serem acatados uma vez que o Brasil enfrenta questões políticas além da grande extensão territorial, assim sendo, a telemedicina seria de grande valia para equiparar as diferenças da disponibilidade dos serviços de saúde brasileiros.
Palavras