Jalecos mágicos no albergue são vicente de paula:uma formação médica humanizada no cuidado dos idosos

Autores

  • Arícia Mota
  • Matheus Henrique de Abreu Araujo
  • Felipe de Andrade Bandeira
  • Oberdan Gomes Pacheco Filho
  • Júlia Pires de Farias
  • Edlaine Faria de Moura Villela

Palavras-chave:

Educação médica. Humanização. Arte. Promoção da saúde.

Resumo

Introdução: A busca por uma relação médico-paciente mais humanizada tem sido um dos grandes desafios na formação dos acadêmicos de medicina. A elaboração da Política Nacional de Humanização (PNH) somada às Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) tentam suprir essa lacuna norteando os currículos dos cursos de medicina para o cuidado humanizado. Na Universidade Federal de Goiás – Regional Jataí, os Jalecos Mágicos, uma das vertentes do projeto de extensão “Medicina & Arte: um encontro com a vida”, realiza ações que visam a inserção de estudantes em variados espaços da sociedade (hospitais, escolas e abrigos), necessitados de cuidado e atenção, com o objetivo de promover momentos lúdicos para os envolvidos, além de contribuir com os objetivos propostos pela PNH e DCN. Objetivo: Promover ações lúdicas voltadas aos idosos do albergue São Vicente de Paula. Relato de experiência: O albergue São Vicente de Paula, fundado em 1952, na cidade de Jataí, tendo sua sede própria inaugurada em 1993, é uma instituição beneficente e de assistência social, de cunho filosófico, científico e ambulatorial, sem finalidade lucrativa e com prazo de duração indeterminado, que visa atendimento de qualidade aos idosos, com capacidade para 100idosos. No dia 25 de maio de 2019, alunos de cursos da saúde e professores membros do projeto realizaram uma visita aos idosos do albergue São Vicente de Paula com a intenção de desenvolver momentos de descontração musical e atenção a necessidades básicas dos moradores, como conversas. Os alunos, caracterizados com fantasias e pinturas faciais iniciaram a atividade abordando os idosos que estavam no salão principal da instituição, cumprimentando-os e conversando com aqueles que se mostravam à vontade. Ao longo da visita, parte dos discentes cantaram músicas, tanto escolhidas por eles, quanto sugeridas pelos idosos, e adentraram o albergue em busca de mais moradoresque tivessem limitações para participar das atividades que estavam sendo desenvolvidas pelo grupo. Durante a visita, alguns discentes relataram dificuldades na maneira de aproximarem e conversarem com os idosos, muitas vezes temendo a falta de receptividade. Muitos desses mesmos alunos, ao longo da manhã de visita, demonstraram maior desenvoltura para lidar com os moradores e as limitações foram gradativamente superadas com o auxílio dos demais. Ao final da visita, houve um momento de compartilhamento de percepções por parte do grupo em que alguns membros relataram uma dualidade de sentimentos, como a felicidade por participar daquele momento e contribuir de alguma forma com os idosos moradores do albergue, mas também angústia pelo abandono familiar e limitações físicas, emocionais e financeiras vividas por grande parte dos idosos. Discussão: Foi possível perceber com a visita ao albergue a frequente dificuldade dos estudantes de medicina no estabelecimento inicial da relação estudante-paciente. Contudo, experiências como essa relatada demonstram a importância do envolvimento dos alunos com práticas de integração ensino-comunidade para a formação médica, promovendo aprimoramento das abordagens dos graduandos com os diferentes grupos sociais, como os idosos. Conclusão: Ações como essas são imprescindíveis na formação dos acadêmicos de medicina, para além de um olhar clínico e biomédico, buscando uma prática mais holística e humanizada com o cuidado ao próximo.

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Publicado

2020-02-26

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG