A resistência do Sistema Único de Saúde (SUS) na inclusão da população LGBT
Resumo
O processo de inclusão da população LGBT no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda sofre resistências, devido ao preconceito e a discriminação aos comportamentos sexuais que divergem do padrão heteronormatizado, imposto pela sociedade patriarcalista que ainda se faz presente nos dias de hoje. Nesse sentido, essa realidade é descrita na literatura como um determinante de saúde, uma vez que desencadeia processos vulneráveis específicos, constituem barreiras de acesso ao sistema público de saúde brasileiro, influenciam a qualidade da atenção e carregam forte potencial para desencadear processos de sofrimento, adoecimento e morte prematura dessa população. Esses problemas possuem como fator agravante a falta de preparo dos profissionais de saúde, que são pouco sensibilizados quanto ao atendimento livre de preconceitos, além de não desenvolverem uma maior proximidade com as políticas públicas da comunidade LGBT. Sendo assim, podemos destacar que os princípios do SUS de universalidade, integralidade e equidade vêm sendo, muitas vezes, ignorados, o que prejudica o enfrentamento das consequências excludentes da homofobia e heteronormatividade. Diante disso, o trabalho teve por objetivo avaliar as resistências encontradas nesse processo de inclusão. Trata-se de uma mini revisão realizado a partir das bases de dados PubMed e Scielo, sendo selecionados cinco artigos. Foram aceitos artigos entre 2016 e 2018 que se adequaram aos descritores “homossexualidade”, “masculinidade” e “percepção social”. Encontrou-se como resultados a presença de sexofobia, barreiras de acesso do usuário ao sistema e ausência de capacitação da equipe profissional de saúde. Por fim, com base nessas literaturas, reafirma-se que gênero e sexualidade se constituem como determinantes sociais da saúde.